"Vai ser difícil voltar a ter um Presidente com este perfil humano"

O escritor Valter Hugo Mãe considerou que, "venha quem vier", será difícil voltar a ter um Presidente da República com o "perfil humano, próximo" de Marcelo Rebelo de Sousa, o que lhe tem "causado alguma ansiedade".

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© Reprodução Facebook Valter Hugo Mãe

Lusa
28/01/2025 23:02 ‧ há 2 dias por Lusa

Cultura

Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe falava perante o chefe de Estado durante uma sessão do programa "Encontros no Palácio de Belém", uma iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa que junta artistas plásticos, atores, escritores e músicos à conversa com alunos do ensino secundário.

 

"Já se fala muito sobre as próximas eleições à Presidência, e isso tem-me causado alguma ansiedade, porque eu acho que é notório que estamos a atravessar um tempo em que a Presidência se tornou um exercício para todos", disse o autor de "O filho de mil homens" e "Deus na escuridão".

Valter Hugo Mãe contou que há tempos encontrou Marcelo Rebelo de Sousa no Brasil e lhe disse que com a sua eleição teve a sensação de que "toda a gente venceu".

Na sua opinião, "toda a gente se sentiu vencedora", tendo ou não votado em Marcelo Rebelo de Sousa, porque "viu eleita uma pessoa que os representa e que têm orgulho que os represente".

"E vai-me fazer muita confusão, venha quem vier, porque eu sei que vai ser muito difícil isto voltar a acontecer, vai ser muito difícil voltar a termos uma figura que nos represente a todos, na qual nos possamos rever, com este perfil humano, próximo", acrescentou.

Segundo Valter Hugo Mãe, toda a gente tende a sentir "uma familiaridade com o senhor Presidente professor Marcelo Rebelo de Sousa", mesmo estando "à distância", mesmo quando vive "muito longe de Lisboa", como é o seu caso.

O escritor agradeceu o convite do Presidente da República e saudou-o pela "iniciativa belíssima" de "abrir este palácio às pessoas, abrir este palácio aos artistas, mas desde logo abrir às escolas, abrir aos alunos", para que sintam "que, de facto, esta casa é de todos, esta é uma casa que representa o país".

"Nem todos os presidentes tiveram essa perceção de que é bom que nós tenhamos essa sensação de inclusão, de inscrição, como diria o José Gil, de estarmos inscritos na História do nosso país", assinalou.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou Valter Hugo Mãe, descrevendo-o como um artista que "é polivalente, é multidimensional", que representou "uma rutura" na escrita em português, "na mesma linha" de José Saramago, e conheceu "um êxito enorme" no Brasil.

"Ele apareceu no Brasil e foi fagocitado", comentou, numa observação sobre a forma como os brasileiros o acolheram.

Sobre a escrita de Valter Hugo Mãe, o Presidente da República referiu que "começou a escrever um português com mais cor, com mais vida, e a pontuação utilizava se lhe dava jeito, se não, não a utilizava".

"Saramago ainda de vez em quando punha umas maiúsculas para começar aqueles longuíssimos parágrafos. O Valter não: por que é que há de haver maiúsculas? Ele quer continuar a ideia de outra maneira ou quer começar uma outra ideia, e que percebam como é que uma ideia se mistura com outra", assinalou.

O chefe de Estado realçou que, além de escrever, Valter Hugo Mãe "lançou editoras, representou no teatro, organizou espetáculos, cantou, escreveu música -- não houve nada que não fizesse".

Os portugueses irão escolher em janeiro de 2026 quem irá suceder a Marcelo Rebelo de Sousa na chefia do Estado, a partir de 09 de março desse ano, data do fim do seu segundo e último mandato.

Leia Também: Marcelo prevê "migrações" como tema central nas próximas eleições

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