Fabio Capello apontou, esta segunda-feira, o dedo a Sérgio Conceição pela discussão que protagonizou no relvado com Davide Calabria, logo após a vitória do AC Milan ante o Parma (3-2), afirmando que aquele tipo de discussão deve acontecer no balneário e não à vista de todos.
"Não é normal ver um treinador atacar assim um dos seus jogadores à frente de toda a gente. Claro que no futebol existem discussões - mesmo as duras -, sou o primeiro a saber disso, mas dentro do balneário, não na frente das câmeras", começou por apontar Capello, na coluna de opinião que assina na Gazzetta dello Sport, prosseguindo.
"Continuo convencido que este episódio é um sintoma de uma tensão evidente e, sobretudo, de um nervosismo excessivo por parte do treinador. Por que razão Conceição está assim? Acredito que tudo seja provocado pela dificuldade do português em ser acompanhado pela equipa. O AC Milan não faz o que o seu treinador pede: pressiona pouco quando perde a bola, não é agressivo, não tem raiva nem vontade competitiva para vencer jogos", apontou o antigo técnico italiano.
Apesar das críticas no caso com Calabria, Fabio Capello não deixa de dar razão a Sérgio Conceição na decisão de tirar Rafael Leão e Theo Hernández ao intervalo.
"Os jogadores mais talentosos já não estavam em campo. Foram substituídos ao intervalo, aos 45 minutos, depois de uma exibição inaceitável a todos os níveis, a começar pela atitude. Nesta dupla substituição, estou com o Conceição, embora saiba que a ala esquerda, pelo menos na teoria, é a verdadeira força do AC Milan", argumentou Capello, prosseguindo.
"Na minha opinião, Conceição teve decisão forte com a substituição das duas estrelas no intervalo e marcou pontos no balneário. Se, no entanto, tentares discutir com um de seus jogadores, corres o risco de arruinar todo o bem que semeou", lembrou o antigo treinador do AC Milan.
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