A Taça dos Campeões e o Campeonato do Mundo de clubes femininos de futebol serão disputados pela primeira vez em 2026 e 2028, respetivamente, decidiu, esta quarta-feira, o Conselho da FIFA, numa reunião em Zurique, na Suíça.
Reunindo os seis vencedores de competições continentais, a Taça dos Campeões vai decorrer nos anos em que o Mundial, com uma frequência quadrienal, não for realizado.
O campeão da Oceânia visita o homólogo asiático na fase preliminar, com o vencedor a deslocar-se ao terreno do detentor da Liga dos Campeões africanos na segunda ronda.
A equipa que ultrapassar esse patamar qualifica-se para a 'final four', na qual vai medir forças com o campeão europeu nas 'meias', enquanto os representantes da América do Sul e da América do Norte, Central e Caraíbas decidirão as outras vagas de acesso ao embate de atribuição dos terceiro e quarto lugares e à decisão, em locais ainda a definir.
As primeiras três edições têm a respetiva 'final four' agendada para entre 28 de janeiro e 01 de fevereiro de 2026, de 27 a 31 de janeiro de 2027 e de 24 a 28 de janeiro de 2029.
O anúncio sobre a implementação da Taça dos Campeões aconteceu numa temporada em que, pela primeira vez a nível mundial, cada uma das seis confederações vai coroar um vencedor na sua principal competição feminina de clubes, em função da estreia da 'Champions' asiática e da Taça dos Campeões na América do Norte, Central e Caraíbas.
O hiato anual entre a segunda e terceira edições da Taça dos Campeões será colmatado com a estreia do Mundial de clubes, em janeiro e fevereiro de 2028, em local a designar.
Seis emblemas participarão numa fase introdutória de play-in, com os três vencedores a juntarem-se aos 13 qualificados de forma direta para a fase de grupos, na qual vai haver quatro grupos de quatro equipas cada, com os dois primeiros a rumarem às eliminatórias.
Das 19 vagas totais, a Europa terá direito a cinco diretas, com África, América do Norte, Central e Caraíbas, América do Sul e Ásia a receberem duas cada, sendo que todas as confederações - incluindo a Oceânia - estarão envolvidas na discussão dos três play-ins.
"Todos os duelos - da fase de play-in até a final - serão realizados em local neutro, a ser determinado pela FIFA em tempo oportuno. A qualificação para a edição de 2032 vai ser decidida posteriormente, levando em consideração os resultados e desempenhos dos clubes em todas as competições disputadas nos anos anteriores", pormenorizou a FIFA.
Em maio de 2024, num Congresso em Banguecoque, o organismo tinha projetado que o primeiro Campeonato do Mundo feminino de clubes fosse disputado por 16 finalistas em janeiro e fevereiro de 2026, cenário agora adiado por dois anos e com mais três equipas.
"O futebol feminino já tinha atingido novos patamares ao nível das seleções nacionais e agora é a hora de as competições globais mostrarem os melhores clubes do mundo. As duas novas provas vão estimular o crescimento [da modalidade], inspirar jogadoras, criar rivalidades, envolver mais adeptos e coroar heroínas em todo o mundo", reconheceu o presidente da FIFA, o ítalo-suíço Gianni Infantino, citado pelo sítio oficial do organismo.
O Mundial feminino vai realizar-se a cada quatro anos, tal como o homólogo masculino, cuja primeira edição expandida a 32 clubes vai decorrer entre 15 de junho e 13 de julho, nos Estados Unidos, incluindo Benfica e FC Porto entre os 13 representantes europeus.
"Agradecemos às confederações, clubes, ligas, jogadoras e todas as partes interessadas pelo seu diálogo aberto e apoio, bem como ao Conselho da FIFA pela decisão de dar ao futebol feminino de clubes um palco global sem precedentes num dia verdadeiramente histórico, que redefinirá o jogo das mulheres", assinalou a diretora-geral da FIFA, a norte-americana Jill Ellis, que, como treinadora, foi a única a vencer dois Mundiais de seleções.
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