A noite de sábado foi de intensa chuva no Estádio de Alvalade. E não, não estamos a falar de golos. Foi mesmo uma noite chuvosa que abençoou a vitória (3-1) do Sporting na receção ao Famalicão, um resultado que deixou os leões na liderança da I Liga, antes da interrupção do campeonato para os jogos das seleções nacionais.
Quando Fresneda fez explodir Alvalade com um golo no primeiro minuto de jogo, esperava-se um triunfo tranquilo dos campeões nacionais. Mas isso esteve longe de acontecer. Depois de uma entrada em modo demolidor, o Sporting colocou-se a jeito de poder ser apanhado, de novo, pelo Benfica na liderança. Mas por entre os pingos da chuva surgiu, qual anjo, um tal de Viktor Gyokeres que acabou por ser decisivo.
A forte entrada do Sporting deu lugar a um leão meio apático e foi neste período que o Famalicão marcou. Diomande foi imprudente na abordagem a um lance aéreo e acertou com o braço na cara de Sejk, cometendo grande penalidade. Óscar Aranda (35') não vacilou e repôs a igualdade ainda antes do apito para o intervalo.
Só que na segunda parte surgiu o abono de família leonino. Após o Famalicão ter assustado através de Gustavo Sá, apareceu Gyokeres para resolver o que parecia ser difícil. Da marca dos 11 metros, o sueco chegou ao 40.º golo com a camisola leonina esta época. Mais tarde, e já depois da expulsão de Maxi Araújo ter aberto ao porta ao que podia ser pior, o nórdico fez o que melhor sabe e serviu Catamo para o tento da tranquilidade.
Foi sob o desfile do sempre inevitável Gyokeres que o Sporting segurou a liderança com seis pontos de vantagem para o rival direto, a oito jornadas do final do campeonato. O Benfica joga este domingo em Vila do Conde e terá de ganhar se não quiser perder o comboio.
Mas vamos às notas do encontro:
Figura
Já começam a escassear adjetivos para caracterizar Gyokeres. Voltou a ser decisivo para a sua equipa e esteve nos lances dos três golos. Desenhou a jogada do primeiro golo, converteu uma grande penalidade e assistiu Geny Catamo.
Surpresa
Gustavo Sá é um dos jovens mais promissores do nosso campeonato e evidenciou-o neste jogo. Tem um talento acima da média e é um poço de criatividade. Para ele, há sempre uma solução para um problema difícil que exista pela frente.
Desilusão
Maxi Araújo protagonizou uma expulsão desnecessária quando a equipa precisava de colocar 'gelo' para controlar as incidências. É verdade que conquistou uma grande penalidade aos 64 minutos, mas esteve uns furos abaixo do habitual.
Treinadores
Rui Borges
Foi certeiro na aposta de retirar Fresneda e deixar Quenda a fazer todo o corredor direito. Pode ter sido aí que começou a inclinar o jogo para o lado que mais lhe convinha, o de segurar as pontas e marcar um golo que desse outra tranquilidade. Apesar do Sporting ter estado ali perto do modo autodestruição, a equipa foi adulta o suficiente para vencer.
Hugo Oliveira
Tinha prometido na antevisão que o Famalicão nunca iria deixar de jogar à sua maneira e foi isso que vimos em Alvalade na última noite. Depois de um período mais difícil na chegada ao Minho, o técnico parece ter dado a volta ao assunto e montou uma equipa sólida e que olhou o Sporting olhos nos olhos. Tal como disse após o encontro, faltou maior certeza na hora de finalizar para ferir o Sporting na própria casa.
Arbitragem
Trabalho motivo positivo de Miguel Nogueira. Bem a assinalar os dois penáltis, assim como a mostrar o cartão vermelho direto a Maxi Araújo.
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