Depois do excelente arranque, com um empate (1-1) face à campeã europeia Inglaterra (1-1) e um triunfo fora perante a Bélgica (1-0), Portugal lidera o Grupo A3, com quatro pontos, os mesmos das inglesas, seguindo-se, agora, a formação que conquistou, em fevereiro de 2024, a última edição da Liga das Nações.
À margem do fórum da Associação Portuguesa de Treinadores de Futebol (ANTF), a decorrer entre hoje e terça-feira, no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, o técnico reconhece que, pelo poderio do conjunto adversário, os duelos marcados para os dias 04 e 08 de abril, em Paços de Ferreira e Vigo, respetivamente, poderão acarretar um contexto mais adverso.
"Temos o máximo de respeito pela Espanha. São campeãs do mundo, detentoras desta Liga das Nações, e a equipa europeia mais dominadora nos últimos anos. Servirá para nós aferirmos o ponto em que nos encontramos. Esta dupla jornada que passou foi bastante positiva, mas agora sabemos que o contexto em que vamos estar inseridos é diferente", analisou Francisco Neto.
O objetivo, como voltou a frisar, passa por conseguir a manutenção no principal escalão da competição, mesmo estando inserido num grupo muito exigente no plano teórico.
"Jogar duas vezes seguidas, com pouco de espaço de tempo, contra as campeãs do mundo nunca é fácil, mas eu acredito que temos capacidade para continuar a crescer nesta Liga A. E, acima de tudo, no final dos seis jogos, garantir o nosso objetivo, a manutenção. Faremos tudo para que isso aconteça", assegurou.
O selecionador abordou ainda a lesão de Jéssica Silva, que perdeu a visão do olho direito, ao ter sido atingida com uma bola durante um treino, esperando que a jogadora, internacional por Portugal em 119 ocasiões, possa recuperar o mais depressa possível para estar apta para o Campeonato da Europa, que se disputa em julho.
"Estamos em contacto desde o dia em que, infelizmente, lhe aconteceu aquilo. A nossa unidade de saúde e rendimento também está em contacto com o Gotham e sabemos que agora há um processo de adaptação e recuperação. O tempo de recuperação não é definitivo, porque não é uma lesão normal. Há poucos registos sobre o possível tempo de paragem, a informação que temos é que depende muito de pessoa para pessoa. Temos a expectativa de a ter o mais depressa possível", explicou.
Quanto à próxima convocatória, não avançou com revelações prévias, mas não descartou a possibilidade de promover estreias, apesar de reconhecer que já "existe uma base".
"Vamos ver na próxima segunda-feira o que temos. Ainda temos alguns jogos, mas estamos abertos a isso. Na última convocatória, houve gente nova e jogadoras que estiveram fora e voltaram a entrar, mas o processo de seleção é muito aberto. Este é um espaço para todas, mas claro que existe uma base para dar alguma sustentação", constatou.
Alinhado no contexto do painel que partilhou com o treinador de futebol Carlos Queiroz e o selecionador português de futsal, Jorge Braz, sobre o treino em contexto de seleção, Francisco Neto explicou ainda que também no feminino a sobrecarga de jogos está a revelar-se uma problemática de delicada gestão ao nível físico.
"Felizmente, temos cada vez mais jogadoras a competir ao mais alto nível, com uma densidade competitiva já bastante elevada. Nós, treinadores, temos de entender a diferença entre treinar homens e mulheres, assim como também é diferente treinar nas camadas jovens e no futebol sénior. Temos de ter a capacidade de entendermos e de nos adaptarmos ao contexto e a este espaço de seleção", refletiu.
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