Embora reconheça que o futuro das relações comerciais da América do Norte "é incerto", Santiago Toledo sublinhou que qualquer empresa chinesa que instale uma fábrica no México é tratada como um fabricante local ao abrigo da legislação em vigor.
"Não importa se é do Japão, da Alemanha ou da China, torna-se uma empresa mexicana e passa a fazer parte da cadeia de abastecimento regional", disse Toledo, citado pela imprensa chinesa.
Os exportadores chineses têm investido no México nos últimos anos, como forma de contornar as taxas alfandegárias punitivas impostas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, no primeiro mandato (2017-2021).
O México beneficia da proximidade com os EUA e da participação no Acordo Estados Unidos--México-Canadá (USMCA), que garante que, desde que uma certa percentagem dos componentes seja feita na América do Norte, os produtos podem entrar no mercado dos EUA isentos de impostos.
Mas o investimento chinês no México tem dado sinais de abrandamento nos últimos meses, com Trump a ameaçar repetidamente impedir que as fábricas mexicanas financiadas pela China enviem carros para os EUA sem taxas, assim que assumir funções.
"Não sabemos o que vai acontecer no futuro", disse Toledo. "Mas, neste momento, os investimentos estão protegidos", assegurou.
Na semana passada, a Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, aumentou a incerteza para as empresas chinesas ao anunciar que o seu governo tem um plano para reduzir a quantidade de peças importadas da China em produtos para exportação para os EUA e Canadá, substituindo-as por componentes fabricados por empresas norte-americanas.
Mas Toledo enfatizou que as empresas chinesas poderiam simplesmente instalar fábricas para produzir essas peças no México, já que estas seriam classificadas como sendo produzidas localmente.
"Quando estão no México, deixam de ser chinesas", disse. "São empresas mexicanas", apontou.
Toledo afirmou que o México quer construir uma cadeia de fornecimento norte-americana, na qual não importa a origem do investimento.
Mas ele também admitiu ser impossível prever como as relações comerciais se desenvolverão nos próximos anos.
"Não sabemos o que vai acontecer no futuro", disse Toledo. "Mas, neste momento, os investimentos estão protegidos", apontou.
É provável que as fábricas financiadas pela China se tornem uma questão importante nas negociações comerciais entre os EUA, o Canadá e o México, à medida que os três países se preparam para começar a rever o USMCA no próximo ano. Um acordo para prolongar o tratado deve ser confirmado até 2026.
Trump anunciou, na segunda-feira, a imposição de taxas alfandegárias punitivas de 25% sobre todas as importações canadianas e mexicanas, juntamente com taxas adicionais de 10% sobre todos os produtos chineses. Na quarta-feira, Sheinbaum disse que o México iria impor taxas de retaliação.
"O que eu vou dizer é: vamos esperar", disse Toledo. "O México é um país aberto ao investimento. Nós governamo-nos a nós próprios. Temos de negociar. Temos de reconstruir o acordo de comércio livre. Mas, neste momento, ainda não aconteceu nada", explicou.
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