Os números hoje conhecidos corroboram a estimativa rápida divulgada em 30 de outubro pelo instituto estatístico, que apontava para uma aceleração do crescimento homólogo do PIB para 1,9% entre julho e setembro, após ter aumentado 1,6% no trimestre anterior, e para uma subida de 0,2% face ao segundo trimestre, uma taxa idêntica à do trimestre precedente.
De acordo com as "Contas Nacionais Trimestrais" do INE, o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB "aumentou ligeiramente", passando de 2,5 pontos percentuais no segundo trimestre para 2,6 pontos percentuais, com uma aceleração do consumo privado e uma redução do investimento.
O consumo privado (incluindo as Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias) acelerou para uma variação homóloga de 4,2% no terceiro trimestre (2,6% no trimestre anterior), enquanto o consumo público (Despesas de Consumo Final das Administrações Públicas) desacelerou ligeiramente, para uma variação de 1,0% (1,2% no trimestre precedente).
Já o investimento em volume diminuiu 0,7% em termos homólogos, após um crescimento de 3,3% no trimestre anterior.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) desacelerou no terceiro trimestre, de um crescimento de 2,6% no segundo trimestre para 2,2%, enquanto o contributo da variação de existências para a variação homóloga do PIB foi de -0,6 pontos percentuais no terceiro trimestre, em grande medida devido a um efeito de base (contributos de +0,2 pontos percentuais no trimestre anterior e de +0,7 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2023).
Quanto à procura externa líquida, manteve um contributo negativo para a variação homóloga do PIB em volume (passando de -0,9 para -0,8 pontos percentuais), observando-se um crescimento de 5,3% das exportações de bens e serviços (3,4% no segundo trimestre) e de 7,0% das importações de bens e serviços (5,5% no trimestre precedente).
Em termos nominais, o PIB aumentou 6,1% no terceiro trimestre, em termos homólogos (6,0% no trimestre precedente), com o deflator implícito do PIB a registar uma taxa de variação homóloga de 2,7% (4,2% no segundo trimestre de 2024).
Tal como nos seis trimestres anteriores, o saldo externo de bens e serviços manteve-se positivo em termos nominais, representando 1,2% do PIB (1,9% do PIB no trimestre anterior e 0,4% no terceiro trimestre de 2023).
Os dados do INE apontam ainda que, no trimestre em análise, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços base registou um crescimento homólogo de 1,7% (1,0% no trimestre anterior).
De julho a setembro, o emprego total (medido em número de indivíduos e ajustado de sazonalidade) aumentou 1,8% em termos homólogos, após uma variação de 1,3% no trimestre anterior, tendo a produtividade (rácio entre o PIB em volume e número de pessoas empregadas) subido 0,1% (0,3% no trimestre anterior).
Por sua vez, a produtividade medida com base no número de horas trabalhadas registou uma variação homóloga de 1,9%, uma taxa 0,8 pontos percentuais superior à do segundo trimestre.
Comparando com o segundo trimestre de 2024, o PIB aumentou 0,2% em volume entre julho e setembro, taxa idêntica à do trimestre anterior.
O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB foi mais negativo (passando de -0,7 para -1,1 pontos percentuais), enquanto o contributo positivo da procura interna aumentou para 1,2 pontos percentuais, verificando-se uma aceleração do consumo privado e do investimento.
Em comparação com o trimestre anterior, as exportações totais, em volume, diminuíram 0,4% (aumento de 1,3% no trimestre anterior), tendo a componente de bens registado um crescimento de 0,1% e a de serviços diminuído 1,1% (taxas de 1,6% e 0,8% no segundo trimestre, respetivamente).
As importações totais registaram uma variação em cadeia de 1,9% no terceiro trimestre (2,9% no segundo trimestre), verificando-se um crescimento de 3,1% na componente de bens e uma redução de 3,0% na componente de serviços (taxas de 2,3% e 6,0% no segundo trimestre, pela mesma ordem).
Em cadeia, o investimento total, em volume, aumentou 2,1% entre julho e setembro (variação em cadeia de 1,7% no trimestre anterior), verificando-se um crescimento de 0,9% da FBCF total (1,7% no segundo trimestre) e um contributo de 0,2 pontos percentuais da variação de existências para a taxa de variação em cadeia do PIB (contributo nulo no trimestre precedente).
Já o emprego total (medido em número de pessoas) aumentou 0,5% em cadeia no terceiro trimestre (0,1% no trimestre anterior) e as horas trabalhadas diminuíram 0,3% (aumento de 0,3% no segundo trimestre).
De acordo com o INE, no terceiro trimestre registaram-se ganhos dos termos de troca pelo sétimo trimestre consecutivo, "ligeiramente superiores" ao observado no trimestre anterior.
O deflator das exportações de bens e serviços cresceu 1,1% em termos homólogos de julho a setembro (1,0% no trimestre precedente) e o deflator das importações de bens e serviços diminuiu 2,0% (-1,9% no 2º trimestre).
[Notícia atualizada às 12h50]
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