Ricardo Viegas d'Abreu falava em Luanda, à margem de um encontro empresarial Angola-França-Portugal organizado pela Câmara de Comércio e Industria Portugal-Angola (CCIPA) e a Câmara Bilateral de Comércio e Indústria Angola-França (CEFA).
O ministro disse que o governo tem mantido um "diálogo aberto e construtivo" com todos os agentes, sejam os operadores de transporte de passageiros, sejam os operadores de transporte de mercadorias, para acompanhar o processo de ajustamento.
"É óbvio que o combustível tem um peso muito significativo na estrutura de custos de qualquer uma destas atividades. A transmissão não é automática nem direta e por isso é que temos aqui este diálogo com estas associações para conseguirmos garantir que haja alguma estabilidade e ordem no processo de ajustamento que terão de fazer, porque é natural", disse o governante
Na segunda-feira o preço por litro de gasóleo aumentou 50% para os 300 kwanzas (30 cêntimos), igualando o preço da gasolina.
"O custo de combustível tem um peso muito significativo e a transmissão, embora não seja direta, é uma transmissão que acontece e esses ajustamentos vão ter de ser feitos", reiterou, acrescentando que é preciso garantir que a economia fica mais próxima daquilo que são os custos reais.
"Isto é um processo gradual, como tem sido transmitido pelo executivo, mas a verdade é que precisamos conseguir garantir que isso aconteça, sob pena de fragilizarmos então as contas públicas nacionais e que, por sua vez, também transmitem depois uma incapacidade de, pelo menos, garantirmos uma remuneração mais justa para as pessoas", prosseguiu.
Os combustíveis em Angola são subvencionados pelo Estado, que tomou a decisão política de gradualmente ir retirando esta subvenção, seguindo as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que ocorre desde 2023.
Leia Também: Presidente da RDCongo reuniu-se em Luanda com João Lourenço