Banco do Japão reduz previsão de crescimento devido a tarifas mas mantém juros

O banco central do Japão cortou hoje para metade a previsão para o crescimento da economia do país para o ano fiscal de 2025, devido ao impacto da guerra comercial lançada pelos Estados Unidos.

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Lusa
01/05/2025 06:18 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

Banco do Japão

No relatório trimestral sobre as perspetivas económicas, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) reduziu para 0,5% as expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nipónico, face à estimativa anterior, publicada em janeiro, que previa um crescimento de 1,1%.

 

A previsão correspondente ao ano fiscal de 2025, que começou no Japão em abril último e terminará em março de 2026.

O BoJ decidiu também reduzir a previsão de crescimento para o ano fiscal de 2026 para 0,7%, face aos 1% estimados no relatório anterior.

Em relação à inflação, o banco central prevê agora um aumento de 2,3% em 2025, 0,2 pontos percentuais acima da previsão de janeiro e muito acima da meta anual de 2% estabelecida pela instituição.

Tudo isto é consequência dos riscos que a economia japonesa enfrenta e da situação global decorrentes das políticas tarifárias dos Estados Unidos e de outros países, de acordo com o BoJ.

Em particular, o banco central destacou as fraquezas que afetam a economia japonesa causadas pela incerteza tarifária, que se refletem numa possível queda das "exportações estáveis e produção industrial".

Neste contexto, o BoJ espera que o crescimento económico seja moderado devido à "desaceleração das economias estrangeiras e ao declínio dos lucros das empresas".

"A introdução de tarifas amplas terá impacto na atividade comercial global, e o aumento da incerteza sobre estas políticas, por sua vez, terá um amplo impacto na confiança empresarial e familiar em todo o mundo, bem como nos mercados financeiros", declarou o banco central.

Também hoje, o BoJ decidiu manter as taxas de juros inalteradas, no meio da incerteza económica global gerada pela nova política tarifária dos Estados Unidos.

No final de uma reunião de dois dias, a instituição optou por manter a taxa de referência em 0,5%, depois de a ter aumentado pela última vez em janeiro.

O comité de política monetária do BoJ decidiu, por unanimidade, manter a estratégia e declarou que "a economia japonesa recuperou moderadamente, embora apresente algumas fragilidades", de acordo com o comunicado adotado no final da sua reunião.

A decisão está em linha com as expectativas da maioria dos analistas, que não previram novos aumentos de juros na quarta maior economia do mundo após três subidas no espaço de 10 meses.

Para contrariar o regresso da inflação no Japão depois de dois anos e meio, o BoJ começou a apertar as taxas em março de 2024, após dez anos de política monetária ultra-acomodatícia em que as taxas se mantiveram praticamente a zero.

Leia Também: Banco do Japão mantém taxas inalteradas num contexto de incerteza económica

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