Juliette Binoche diz que Depardieu deixou de ser um "monstro sagrado"

A atriz francesa Juliette Binoche, que preside ao júri do festival de cinema de Cannes (França), considerou hoje que Gérard Depardieu deixou de ser "um monstro sagrado", pela condenação por agressões sexuais, e lembrou a importância do movimento #Metoo.

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© Bertrand Rindoff Petroff/Laurent Viteur/Getty Images

Lusa
13/05/2025 17:32 ‧ há 6 horas por Lusa

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Gerard Depardieu

A atriz francesa Juliette Binoche, que preside ao júri do festival de cinema de Cannes (França), considerou hoje que Gérard Depardieu deixou de ser "um monstro sagrado", pela condenação por agressões sexuais, e lembrou a importância do movimento #Metoo.

 

A poucas horas da abertura oficial do festival, o júri oficial de Cannes deu uma conferência de imprensa, na qual Juliette Binoche foi instada a comentar a condenação do ator francês Gérard Depardieu a 18 meses de prisão, com pena suspensa, por agressões sexuais cometidas contra duas mulheres.

"A ideia de 'monstro sagrado' sempre me incomodou. Porque, antes de mais, ele não é um monstro, é um homem. E foi dessacralizado pelos acontecimentos que foram levados à justiça. [...] Quando o sagrado é dessacralizado, como acontece atualmente, isso faz-nos pensar no poder de certas pessoas que têm poder. E penso que esse poder está noutro lado", afirmou Juliette Binoche.

O Tribunal Penal de Paris condenou hoje Gérard Depardieu a 18 meses de prisão com pena suspensa por agressões sexuais cometidas contra duas mulheres durante filmagens de 'Les Volets Verts' em 2021.

A atriz acredita que a condenação "demorou a acontecer" e é também uma consequência do movimento de denúncias #Metoo e que tal provavelmente não seria possível há uns anos.

"A nossa vaga da revolução #Metoo demorou algum tempo a chegar", mas "nos últimos tempos teve uma reação muito forte", considerou Juliette Binoche.

Gérard Depardieu, de 76 anos, não compareceu na audiência onde foi considerado culpado de agressões sexuais contra as duas mulheres e verá o seu nome no registo de agressores sexuais por ordem do tribunal.

Em tribunal, a defesa de Depardieu anunciou que vai recorrer da decisão que levou à condenação por agressão sexual contra Amélie, de 54 anos, e Sarah (nomes fictícios), de 34 anos, respetivamente cenógrafa e assistente de realização no filme de Jean Becker.

Depardieu foi ainda condenado a pagar a Amélie e a Sarah mais de 10.000 euros, ao abrigo do Código de Processo Penal.

Nas alegações finais do processo, que durou quatro dias, o procurador não teve dúvidas quanto à culpabilidade do ator e pediu uma pena que tivesse "em conta a total falta de remorsos" do arguido.

Gérard Depardieu tem estado a filmar a longa-metragem 'Ela olhava sem nada ver' em São Miguel, Açores, desde o início do mês, com a atriz e realizadora francesa Fanny Ardant, que o tem apoiado. A produção conta com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual e da RTP e tem no seu elenco Victoria Guerra e Ana Padrão.

O Festival de Cinema de Cannes começa hoje com o filme 'Partir un Jour' da realizadora francesa Amélie Bonnin e com a atribuição de um prémio de carreira ao ator norte-americano Robert De Niro.

Leia Também: Gérard Depardieu foi condenado em França... mas está nos Açores

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