Cristina Paiva esteve no 'Júlia', da SIC, esta terça-feira, dia 20 de maio, e falou sobre o processo contra a cantora Maria Lisboa.
Cristina tornou-se agente da artista em 2016, e na altura fizeram um contrato em que esta ficava com 20% de comissão. "Na altura ela ganhava 1.000 euros - e 20% de 1000 euros são 200 euros. Não lhe expliquei porque entendi que ela sabia que quando o cachet subisse, era 20% dos contratos. Mais tarde é que percebi que quando ela descobre que o cachet está mais alto e já não era 200 euros, ficou muito revoltada e a achar que lhe estava a tirar uma comissão maior", começou por explicar Cristina à apresentadora Júlia Pinheiro.
"Investi, comprei publicidade de televisão, arranjei patrocinadores, paguei fotógrafo. [Mudei] completamente [a imagem da cantora]", acrescentou.
E na altura, recorda também Cristina, Maria Lisboa "era meiguinha, tudo correu bem". "Ainda no Coliseu de Lisboa ela agradeceu-me publicamente", destacou.
"Ela era meiguinha, frequentava a minha casa. Só comecei a ficar desconfortável quando as pessoas me começaram a dizer que ela falava muito mal de mim. Ela chegava à empresa e não falava nada, e eu ficava na dúvida", disse, comentando ainda que a cantora "tratava mal o namorado".
"Toda a gente tinha conhecimento, ela tratava [o namorado] muito mal. Verbal e física. [...] Naquele caso, vi um homem a ser maltratado por uma mulher", afirmou, referindo-se a este caso que chegou a ir a tribunal.
"Entretanto, vai para tribunal e ela pede-me a mim para ser testemunha dela e dizer o contrário. [...] Foi difícil para mim. Ele também falou comigo", continuou, contando que testemunhou a favor do namorado e contra Maria Lisboa. E foi nesse momento a sua relação com a cantora começou a piorar. "Era lógico que ela não ia ficar bem. Começou a criar-me problemas a todos os níveis. [...] Ela ia preparada para meter um defeito em qualquer coisa."
Em 2019, Maria Lisboa pediu para rescindir o contrato, que tinha uma clausula de 50 mil euros caso o contrato terminasse antes de completarem oito anos. "A partir do momento em que começo a pôr dinheiro, tenho de ter uma forma de o ir buscar. Ninguém mete dinheiro em nada sem o ter que ir buscar. Sabia que a ia fazer crescer, que os 20% me ia dar o dinheiro do investimento e ainda ia ganhar dinheiro. E foi um bom negócio para as duas. A Maria quando chegou às minhas mãos não tinha sequer uma conta no banco. Fui eu que fui com ela abrir uma conta no banco. Hoje tem casa, carro... Ela não tinha um carro em nome dela. Não tinha nada", realçou Cristina Paiva.
Maria Lisboa recusou-se a pagar a indeminização e "começou por dizer que não assinou o contrato". "Ela ia à empresa e partia-me os móveis", contou, referindo que Maria Lisboa queria que Cristina lhe desse a sua cópia do contrato.
Durante esta fase, Cristina viu a sua casa ser vandalizada, em março de 2020. "Essa aí é grave. Estava a ir para o Porto e telefonou-me a minha filha a dizer que a casa estava toda vandalizada e que os gatos não estavam bem. Preocupada, tentei andar o mais depressa possível, porque ela estava sozinha e fiquei em pânico. [...] Pedi à minha filha para chamar a polícia", recorda.
Quando chegou a casa deparou-se com "grafites nas paredes, lixívia na cama, o frigorífico grafitado e desligado, as garrafas de vinho despejadas nos televisores, as gavetas dos armários partidas [e também roubou dinheiro que tinha em sua casa]". Além disso, foram levadas "duas pens com fotografias íntimas", que foram depois "divulgadas nas empresas em que Cristinas trabalhava com Maria Lisboa".
"Fui atacada na minha garagem e disseram que aquilo era o começo. Um homem que não consegui ver bem a cara. Ele disse para tirar a queixa, que era o princípio e que a próxima seria a minha filha. Deu-me um murro na cabeça, levei um ponto", relatou ainda.
Cristina Paiva acredita que Maria Lisboa "tem um problema de saúde". "Tanto é um ser humano meigo e querido, como de repente se transforma num demónio."
"O meu coração não tem espaço para ódio. Não a odeio, ela provocou-me muita dor, mas acredito que ela é vítima de algum problema mental", frisou. "Uma mulher que faz mal a ela própria, parte a própria casa, não pode estar bem. Nem pedi indemnização em tribunal. O que queria era que a verdade fosse reposta, o meu nome fosse limpo, porque ela veio a televisão dizer que eu tentei fazer-lhe mal", acrescentou.
No programa de Júlia Pinheiro foi ainda referido que Maria Lisboa irá recorrer da decisão do tribunal, depois de ter sido condenada a três anos e meio de pena suspensa.
Maria Lisboa já reagiu, entretanto, através de um comunicado que publicou na sua página de Instagram, onde nega algumas das acusações e confirma que vai recorrer. "Saliento que à exma. senhora Paula Cristina Santos Paiva não foi atribuído qualquer direito a indemnização, apesar da mesma ter sido pedida no âmbito do processo. Os factos que me foram imputados, e que não pratiquei, são abomináveis e totalmente contrários aos meus princípios e à minha forma de vida, não sendo suportável para mim estar a eles associada", pode ainda ler-se no comunicado.
Por sua vez, Cristina Paiva reagiu em direto no 'Júlia' ao comunicado de Maria Lisboa: "Uma das coisas que ela diz, que é uma contradição, é o pedido da indeminização. Outra contradição é que ela pediu a rescisão do contrato, mas quem rescindiu o contrato com ela fui eu após o assalto à minha casa."
Leia Também: Júlia Pinheiro recebe ex-agente após Maria Lisboa ser condenada
[Notícia atualizada às 19h55]