Metsola defende uso de mísseis alemães Taurus contra Rússia

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, defendeu este sábado a entrega de armas de longo alcance à Ucrânia para fazer face à agressão da Rússia e que a Alemanha deve mudar a sua posição e autorizar o envio de mísseis Taurus.

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Lusa
23/11/2024 14:05 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Em entrevista hoje ao grupo de comunicação social alemão Funke, a líder do Parlamento Europeu foi questionada sobre os sistemas de mísseis alemães, cuja entrega é há muito solicitada por Kiev, e a sua resposta foi perentória: "Sim, essa é também a posição do Parlamento Europeu".

 

Metsola apontou "um amplo apoio e consenso" em relação a esta exigência e espera ver alterações a este respeito em Berlim caso haja "uma mudança política correspondente após as eleições para o Bundestag [Parlamento Federal Alemão]" no início do próximo ano.

A presidente do Parlamento Europeu observou que a existência de "posições divergentes dentro da coligação de Berlim relativamente ao envio do Taurus" poderá significar que a mudança na recusa alemã em enviar estes sistemas para a Ucrânia poderá já ter ocorrido.

O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, opôs-se firmemente a esta opção, embora os seus parceiros de coligação, os Democratas Livres e os Verdes, tenham manifestado a sua aprovação.

O debate foi reavivado nos últimos dias depois de o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, ter autorizado o uso de mísseis norte-mericanos ATACMS com um alcance até 300 quilómetros, cerca de metade dos Taurus.

Na semana passada, o líder do Kremlin, Vladimir Putin, confirmou ataques com ATACMS e mísseis britânicos Storm Shadow, dirigidos contra infraestruturas militares das regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk, numa mudança sem precedentes, em quase três anos de conflito, das posições de Washington e Londres em relação à utilização do seu armamento pelas forças ucranianas em território russo.

Num breve discurso à nação na quinta-feira, Vladimir Putin confirmou igualmente que a Rússia lançou no mesmo dia um novo míssil balístico hipersónico sem carga nuclear contra a região de Dnipro, no centro da Ucrânia.

O líder russo defendeu que o uso de armas ocidentais pelas forças ucranianas para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num "conflito global" e admitiu atacar os aliados de Kiev envolvidos.

Em resposta, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou a comunidade internacional a reagir, avisando para o aumento da "escala e brutalidade" do conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia, e insistiu no seu pedido a Berlim, sobretudo após a ratificação da nova doutrina nuclear de Moscovo, que aumenta as possibilidades de uso de armas atómicas.

Leia Também: Irão protesta contra detenção de dois estudantes iranianos na Rússia

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