O boletim informativo, atualizado hoje, indica que, até quarta-feira, a província do Cuanza Norte registou 73 dos 190 casos notificados, seguindo-se Luanda, com 36, e Benguela, com 28, com números mais consideráveis.
Atualmente estão internados 235 pacientes e receberam alta 143, dos quais 75 no Cuanza Norte, região onde nos últimos dias o surto de cólera disparou, fazendo no fim de semana 16 mortos devido à doença, na localidade do Luinha.
Dois dos cinco óbitos ocorridos nas últimas 24 horas aconteceram no Cuanza Norte, registando as províncias de Luanda, Benguela e Cuanza Sul uma morte cada.
No total cumulativo de casos e óbitos verifica-se que o sexo masculino lidera, com 4.410 casos e 205 mortes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou hoje o empenho de Angola para uma melhor gestão de dados para combater o surto de cólera.
Segundo a organização das Nações Unidas, mais de 20 profissionais de gestão de dados receberam hoje formação especializada em Luanda.
O representante interino da OMS em Angola, Zabulon Yoti, citado numa nota da organização, enfatizou a importância desta formação, considerando-a "crucial" para melhorar o mapeamento de casos, reforçar os esforços de vigilância e melhorar significativamente a resposta ao surto de cólera.
"A capacidade desenvolvida durante a resposta à cólera será aplicada em todas as outras áreas, incluindo o reforço dos sistemas de saúde da componente de gestão de dados e informações", referiu Zabulon Yoti, considerando ainda que "a vigilância exata e a gestão de casos e mortes são vitais para uma resposta eficiente e baseada em dados concretos".
A OMS sublinha que "a cólera continua a ser uma grave ameaça para a saúde pública em Angola, sobretudo nas zonas urbanas densamente povoadas".
A cólera, uma infeção diarreica aguda causada pela bactéria 'vibrio cholerae', é transmitida principalmente através de água ou alimentos contaminados e pode ser prevenida e controlada com tratamento atempado, higiene adequada, saneamento e vacinação.
Leia Também: Cólera matou 42 pessoas desde outubro em duas províncias moçambicanas