Polícia israelita derruba líder da esquerda em protesto contra Netanyahu

Um polícia israelita empurrou e derrubou Yair Golan, líder do partido de esquerda Democratas, durante um protesto em Jerusalém contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a reativação das operações militares na Faixa de Gaza.

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Lusa
20/03/2025 16:26 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Israel

Um vídeo gravado durante os protestos mostra um polícia a avançar em direção a várias pessoas, seguido por outros agentes fardados, e a empurrá-las, incluindo Golan, que acaba por cair no chão, segundo a descrição da agência noticiosa espanhola EFE.

 

Os manifestantes gesticularam, exigindo explicações aos polícias, que voltaram a investir enquanto o político permanecia deitado, de acordo com as mesmas imagens.

"Não se preocupem, estou bem. Depois de 38 anos no Exército, alguns empurrões não nos vão parar", escreveu posteriormente Golan nas redes sociais, em alusão ao seu percurso militar, onde chegou a ser vice-chefe das Forças de Defesa de Israel.

Na manifestação, milhares de pessoas, de acordo com o diário progressista Haaretz, reuniram-se em redor da casa do primeiro-ministro, depois de terem protestado junto do Knesset (parlamento).

"Mudem o Governo, tomem o país de volta das mãos de pessoas corruptas, evasivas e falhadas para as mãos do povo. Só através de um combate determinado, com todos nós nas ruas, lutaremos, só assim venceremos", acrescentou Golan.

O líder da oposição israelita e antigo primeiro-ministro, Yair Lapid, já condenou "a conduta da polícia e os danos causados" ao líder dos Democratas, numa mensagem nas redes sociais.

"Um antigo [ex] vice-chefe do Estado Maior do Exército e presidente de um partido da oposição não pode ser atacado enquanto se manifesta pela democracia israelita", criticou Lapid.

Desde terça-feira, dia em que Israel quebrou o cessar-fogo na Faixa de Gaza com uma vaga de bombardeamentos no enclave palestiniano, que provocou centenas de mortos, Jerusalém tem sido o centro de protestos antigovernamentais.

No início, grupos pró-democracia israelitas convocaram protestos contra a demissão do diretor dos serviços de informações internas (Shin Bet), Ronen Bar, por Netanyahu, visto como um gesto de sobrevivência entre os escândalos políticos em que é visado pela justiça.

No entanto, o reatamento da ofensiva na Faixa de Gaza, que incluiu operações terrestres, também atraiu muitos manifestantes, em protesto contra a interrupção do cessar-fogo com o Hamas e os riscos relacionado com a recuperação dos 59 reféns ainda em posse do grupo islamita palestiniano.

Desde os bombardeamentos israelitas na madrugada de terça-feira, pelo menos 506 palestinianos morreram e 909 ficaram feridos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.

Estes ataques interromperam uma trégua iniciada em 19 de janeiro, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.

Na primeira fase, 33 reféns israelitas (oito dos quais mortos) foram entregues pelo Hamas em troca de quase 1.800 prisioneiros palestinianos que estavam nas cadeias de Israel.

Permanecem ainda 59 reféns em posse do grupo palestiniano, dos quais Israel estima que 35 estejam mortos.

O Hamas atacou o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e tomando outras 251 como reféns.

Em resposta, Israel lançou um ataque em grande escala na Faixa de Gaza, matando mais de 49.000 pessoas, na maioria civis, segundo números das autoridades locais, destruindo a maior parte do enclave palestiniano, que está mergulhado numa grave crise humanitária.

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