Onze grupos políticos indianos distanciam-se do separatismo de Caxemira

Onze grupos políticos distanciaram-se do separatismo na Caxemira indiana, numa ação inédita que está a ser interpretada como uma transição política nesta região historicamente dominada por sentimentos pró-independência e anti-Índia.

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Lusa
08/04/2025 15:28 ‧ há 2 semanas por Lusa

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Três organizações - o "Partido Político Islâmico", a "Liga Democrática Muçulmana" e a "Frente de Libertação de Caxemira" -- foram os mais recentes 'reforços' desta posição, ao anunciarem segunda-feira a sua saída da Conferência Hurriyat, a principal coligação de fações separatistas, e a adesão à Constituição indiana.

 

A renúncia ao separatismo foi anunciada hoje, engrossando a tendência de figuras e entidades que abandonam esta posição pela primeira vez desde o surgimento da insurreição em 1990, um conflito que custou milhares de vidas.

"Esta é uma indicação clara da confiança do povo do vale (de Caxemira) na Constituição da Índia", comentou o ministro indiano da Administração Interna, Amit Shah, durante uma visita hoje à Caxemira indiana.

Próximo do primeiro-ministro nacionalista hindu, Narendra Modi, Shah acrescentou que a visão de uma "Índia unida e poderosa é hoje ainda mais reforçada" pelos anúncios realizados.

Em declarações separadas, as três organizações justificaram o abandono porque a Hurriyat não conseguiu "responder eficazmente às aspirações e às queixas do povo de Jammu e Caxemira".

A região da Caxemira, de maioria muçulmana, é controlada em parte pela Índia e em parte pelo Paquistão desde a sua divisão em 1947, após a independência do Império Britânico.

Ambos os países reivindicam a região na sua totalidade e têm sido palco de conflitos internos durante mais de três décadas, com uma insurreição que luta pela independência ou pela anexação por Islamabad.

Em 2019, o governo indiano de Modi tomou a controversa decisão de revogar o artigo 370 da Constituição, que concedia semiautonomia ao território.

Nova Deli afirma que esta medida integrou plenamente Caxemira na Índia e trouxe "paz e desenvolvimento" ao território altamente militarizado. No entanto, a situação continua tensa e a presença militar é significativa.

Em outubro de 2024, a Caxemira indiana realizou as suas primeiras eleições para o executivo local desde a revogação da sua semiautonomia, embora o poder "de facto" do governo central sobre a região continue a ser considerável.

Os resultados dessas eleições deram a vitória às forças políticas que se opõem a Modi e ao seu partido BJP, que tem menos apoio nas zonas de maioria muçulmana.

Nova Deli acusa o vizinho Paquistão - que reivindica a totalidade do território - de armar e apoiar estes grupos separatistas, bem como de se infiltrar na zona, acusações negadas por Islamabad.

Leia Também: "Índia é a democracia mais importante e vai liderar o mundo"

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