Reconhecimento francês de Estado palestiniano premeia terrorismo

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, afirmou que, se o Governo francês reconhecer a Palestina como Estado em junho, como disse Emmanuel Macron numa entrevista na quarta-feira, estará a favorecer o terrorismo.

Notícia

© ARIS MESSINIS/AFP via Getty Images

Lusa
10/04/2025 07:41 ‧ há 2 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Um 'reconhecimento unilateral' de um Estado palestiniano fictício, por parte de qualquer país, que na realidade todos conhecemos, seria um prémio para o terrorismo e um impulso para o [movimento islamita palestiniano] Hamas", escreveu Saar.

 

"Este tipo de ações não trará a paz, a segurança ou a estabilidade na nossa região; pelo contrário: só as vão afastar", afirmou o ministro, na quarta-feira à noite, na rede social X.

A França pode reconhecer um Estado palestiniano em junho, durante uma conferência que copresidirá com a Arábia Saudita nas Nações Unidas, em Nova Iorque, adiantou na quarta-feira Emmanuel Macron.

De acordo com o chefe de Estado francês, esta iniciativa poderá levar também ao reconhecimento de Israel por vários países.

"Devemos caminhar para o reconhecimento [do Estado palestiniano] e é assim que avançaremos nos próximos meses", declarou o Presidente francês, numa entrevista à emissora France 5, após ter regressado do Egito.

"O nosso objetivo é presidir a esta conferência com a Arábia Saudita algures em junho, onde poderemos finalizar o processo de reconhecimento mútuo por vários países", acrescentou.

A conferência tem como objetivo criar um Estado palestiniano. Os apelos a uma "solução de dois Estados", com os palestinianos em igualdade com Israel, intensificaram-se à medida que se prolongou a atual guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023.

Quase 150 países reconhecem o Estado palestiniano. Em maio de 2024, a Irlanda, a Noruega e a Espanha avançaram, seguindo-se a Eslovénia em junho.

A solução de dois Estados, no entanto, continua a ser rejeitada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

"Vou fazê-lo (...) porque acredito que em algum momento será o mais correto e porque também quero participar numa dinâmica coletiva, que deverá permitir a todos aqueles que defendem a Palestina reconhecerem Israel por sua vez, o que muitos deles não fazem", observou o chefe de Estado francês.

Para Macron, este passo permitirá também "ser claros na luta contra aqueles que negam o direito de Israel existir, como é o caso do Irão".

Em 2020, os Acordos de Abraão, mediados pelos Estados Unidos, levaram ao reconhecimento de Israel pelos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos.

A Arábia Saudita, que também tinha iniciado negociações para uma aproximação a Israel, suspendeu-as, no entanto, desde o início da guerra em Gaza, tornando qualquer reconhecimento condicional à criação de um Estado palestiniano.

A Autoridade Palestiniana acolheu imediatamente o anúncio de Emmanuel Macron.

O reconhecimento por parte da França "seria um passo na direção certa, consistente com a defesa dos direitos do povo palestiniano e a solução de dois Estados", destacou à agência France-Presse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Varsen Aghabekian Shahin.

Leia Também: Ataque ao Irão "inteiramente possível" e com liderança de Israel

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas