Opositor na Tanzânia acusado de traição e pode enfrentar pena de morte

O presidente do principal partido da oposição da Tanzânia, Tundu Lissu, foi hoje acusado de traição, crime punível com pena de morte, detido num ambiente de aumento da repressão neste país, que este ano terá eleições presidenciais.

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© TCHANDROU NITANGA/AFP via Getty Images

Lusa
10/04/2025 18:12 ‧ há 2 semanas por Lusa

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Tanzânia

O procurador do distrito administrativo de Kisutu, Nassoro Katuga, leu as acusações contra Lissu depois dele ter sido detido no âmbito de uma série de protestos em que participou, a nível nacional, sob o lema "Sem reformas, sem eleições", que tinha como objetivo exigir alterações legais antes da realização das próximas eleições presidenciais de outubro.

 

"Lissu foi acusado de traição, sem a possibilidade de sair em liberdade através do pagamento de uma fiança, e de partilhar informações falsas", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Jebra Kambole, um dos seus advogados.

As três acusações de partilhar informações falsas são relativas a um vídeo publicado no YouTube no início de abril, no qual acusa a polícia de alegadas irregularidades no processo eleitoral que antecede às eleições presidenciais, segundo o diário tanzaniano The Citizen, citado pela Europa Press.

A acusação de traição é punida com a pena de morte na Tanzânia e não dá direito a fiança.

O partido de Lissu - Chadema - acusa o Governo da Presidente Samia Suluhu Hassan de estar a voltar às práticas autoritárias do seu antecessor John Magufuli (2015-2021).

O Chadema escreveu, quarta-feira, na rede social X que Tundu Lissu tinha sido "detido juntamente com outros membros" do movimento após uma reunião na cidade de Mbinga, na região meridional de Ruvuma, onde a polícia dispersou os cidadãos que assistiam à reunião utilizando gás lacrimogéneo.

O comandante regional da polícia, Marco Chilya, tinha dito anteriormente à imprensa que o líder da oposição estava a ser processado por alegadamente "incitar as pessoas a bloquear as próximas eleições" presidenciais.

Opositor emblemático do partido no poder, Tundu Lissu foi eleito presidente do seu partido em janeiro, substituindo Freeman Mbowe, que liderou o movimento durante muitos anos.

Esta não é a primeira vez que Tundu Lissu - advogado de formação e deputado entre 2010 e 2017 - é detido pelas autoridades tanzanianas. Em novembro de 2024, por exemplo, foi detido durante uma campanha eleitoral local.

Lissu regressou à Tanzânia, país vizinho de Moçambique, em julho de 2020, após mais de dois anos na Bélgica, depois de ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato em 2017.

Após o seu regresso, apresentou-se como candidato às eleições de outubro desse ano, que foram ganhas por John Magufuli, que morreu subitamente em março de 2021 e foi sucedido pela sua vice-presidente, Samia Suluhu Hassan.

Leia Também: Tanzânia confirma os dois primeiros casos da doença Mpox

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