Comandante dos EUA no Pacífico alerta para cooperação Rússia-China-Coreia do Norte

O principal comandante dos Estados Unidos na região Indo-Pacífico alertou hoje no Senado que o apoio militar de China e Coreia do Norte à Rússia na invasão da Ucrânia cria riscos de segurança, pois Moscovo retribui com armamento.

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© Ezra Acayan/Getty Images

Lusa
11/04/2025 06:58 ‧ há 1 semanas por Lusa

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O almirante Samuel Paparo, chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, disse no Comité de Serviços Armados do Senado que a China forneceu 70% da maquinaria e 90% dos 'chips' usados pela Rússia para "reconstruir a sua máquina de guerra".

 

Em troca, disse, a China está, entre outras formas de assistência, potencialmente a receber ajuda em tecnologias para fazer com que os seus submarinos sejam mais furtivos.

Os senadores pressionaram Paparo e o general Xavier Brunson, comandante das Forças Armadas na Coreia do Sul, sobre os avanços da China na região, incluindo ameaças a Taiwan.

Questionaram também a presença militar norte-americana na Coreia do Sul e se esta deveria ser protegida dos cortes de pessoal.

Ambos disseram que a atual força norte-americana neste país aliado e em todo o Indo-Pacífico é essencial tanto para a diplomacia na região como para a segurança nacional dos Estados Unidos, à medida que os laços entre a Rússia e a China crescem.

Atualmente, os Estados Unidos têm 28.500 efetivos militares na Coreia do Sul.

Paparo disse que a Coreia do Norte está a enviar para a Rússia "milhares, talvez centenas de milhares de projéteis de artilharia" e centenas de mísseis de curto alcance.

A expectativa, disse, é que Pyongyang receba em troca defesa aérea e apoio para mísseis terra-ar.

"É uma simbiose transacional onde cada estado supre a fraqueza do outro para benefício mútuo de cada estado", disse Paparo.

Nos seus comentários iniciais, o senador Roger Wicker, do Mississípi, presidente do comité republicano, afirmou que o maior alinhamento entre a Rússia, a China e a Coreia do Norte "deve ser motivo de grande preocupação para todos no Ocidente".

"Esta preocupação deverá, então, levar à ação. Se queremos manter a paz e a estabilidade globais, precisamos de continuar a tomar medidas agora para reconstruir as nossas forças armadas e restabelecer a dissuasão", afirmou.

Brunson disse que a Coreia do Norte demonstrou capacidade para enviar munições e tropas para a Rússia, ao mesmo tempo que avança no desenvolvimento das suas próprias capacidades militares, incluindo sistemas hipersónicos.

Pyongyang, disse, "ostenta uma força militar modernizada, reforçada e equipada pela Rússia, com mais de 1,3 milhões de efetivos".

Os esforços da Coreia do Norte para desenvolver armas nucleares avançadas e mísseis balísticos "representam uma ameaça direta à nossa pátria e aos nossos aliados", acrescentou Paparo.

A Coreia do Norte também enviou milhares de soldados para combater com os russos contra a Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quarta-feira que a Rússia está a recrutar ativamente cidadãos chineses para lutar ao lado das suas forças na guerra da Ucrânia, e que mais de 150 destes mercenários já estão ativos na batalha, com o conhecimento de Pequim.

A China classificou de "irresponsável" a acusação e Kiev.

Noutros comentários, o senador Jack Reed, o democrata mais veterano no painel, evocou preocupação de que o Presidente Donald Trump "reduza a presença de tropas norte-americanas na Coreia e no Japão, (...) exercícios militares com ambas as nações e reduza os planos para o Quartel-General da Força Conjunta no Japão".

Qualquer ação deste tipo, disse, plantará "sementes de dúvida" sobre a estabilidade e a fiabilidade dos Estados Unidos.

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