De acordo com dados da ONU, na maior economia da África uma em cada três mulheres sofre abuso físico ou sexual durante a vida.
A Miss África do Sul 2024, Mia le Roux, esteve presente na manifestação de Pretória, vestida de preto, e marchou em direção aos edifícios sede do governo, adjacentes ao palácio presidencial.
Esta marcha foi uma das muitas organizadas hoje em todo o país.
Os manifestantes, a grande maioria mulheres, apresentaram uma petição ao governo.
"É altura de mudar. Não podemos continuar a fazer a mesma coisa vezes sem conta e nada acontece", disse a fundadora do grupo 'Women Waging War', Siphiwe George.
Declarar a violência baseada no género como uma catástrofe nacional "vai permitir-nos combater este flagelo a um nível totalmente novo", acrescentou, explicando que isso tornaria possível atribuir fundos a abrigos para as vítimas.
A África do Sul, um país de 62 milhões de pessoas, tem algumas das maiores taxas de violência contra mulheres e crianças do mundo, de acordo com a ONU.
Em média, são registadas 129 violações por dia, segundo números da polícia, que não especificam o sexo das vítimas.
Um dos casos mais recentes a indignar o país ocorreu no ano passado, quando uma menina de sete anos foi estuprada na escola, sendo que até agora não houve nenhuma detenção relacionada com o caso.
O Presidente Cyril Ramaphosa disse na quarta-feira que era urgente resolver os pontos legais que prejudicam os direitos e interesses dos sobreviventes da violência de género.
"As leis não devem ser apenas escritas, devem ser aplicadas", afirmou numa conferência de juízas, referindo que "os responsáveis devem ser chamados a prestar contas e as sentenças proferidas devem refletir a gravidade dos seus crimes".
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