"A Europa não é um mero episódio dessa história. A Europa é o nosso vínculo com aquilo que nos faz portugueses, o universalismo que sempre nos identificou, o universalismo que não é figura de estilo, mas prática quotidiana, porque é baseado nos nossos valores, nos nossos princípios, no nosso quadro ético e moral", afirmou Carlos Coelho, durante a cerimónia dos 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias, no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.
"Hoje nós celebramos estes 40 anos, cumprindo o nosso desígnio nacional mais importante: o futuro e fazemo-lo ao serviço da nossa causa maior, ao serviço de Portugal", sublinhou.
O antigo eurodeputado social-democrata sustentou que "estas quatro décadas são uma história de sucesso", com "o desenvolvimento e o bem-estar facilmente comprovados".
Mas, alertou, a data não pode ser só assinalada olhando para o passado.
"Por isso também contamos com os jovens, de quem depende o futuro de Portugal", mencionou.
"É fundamental termos presentes os novos desafios com que Portugal e a Europa se confrontam e reafirmar o nosso compromisso com uma Europa atuante e eficaz, solidária e capacitada de recursos e com capacidade de intervenção", defendeu.
Para Carlos Coelho, a adesão ao bloco europeu marcou o "reencontro de Portugal com a Europa".
"Não há 2 'portugais', um histórico e atlântico e outro contemporâneo europeu. Há um só Portugal, que neste extremo ocidental da Europa, aproxima povos, línguas e culturas que dão substância ao lema 'unidos na diversidade'", salientou.
"Hoje invocamos um momento em que nos cumprimos como país livre e democrático, mas em que também a Europa deu um passo em frente, rumo a uma integração mais ambiciosa com quem já era europeu antes de qualquer Comunidade ou União. A liberdade abriu-nos as portas da Europa. A democracia tinha sido conquistada e só as democracias podem entrar na Europa comunitária", recordou.
Na cerimónia intervieram também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso.
O evento foi marcado por momentos culturais como o fado e cante alentejano, tendo estado presentes o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, muitos membros do Governo, eurodeputados atuais e antigos, a comissária europeia Maria Luís Albuquerque, representantes de vários partidos políticos, além do candidato presidencial Luís Marques Mendes ou antigos ministros como António Vitorino, Luis Amado e Nuno Severiano Teixeira.
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