Ministros dos cinco países (Madagáscar, Samoa, Serra Leoa, São Cristóvão e Nevis e Libéria), empenhados no objetivo de proteger pelo menos 30% da terra e do oceano até 2030, salientaram na declaração o grave défice de financiamento que ameaça os ecossistemas oceânicos, que são "fundamentais para a estabilidade climática, a biodiversidade e o bem-estar das comunidades costeiras em todo o mundo".
A declaração inclui dados do relatório apresentado na semana passada por um consórcio se organizações ambientalistas ("The Ocean Protection Gap") segundo o qual "apenas 1,2 mil milhões de dólares são atualmente canalizados anualmente para a proteção dos oceanos".
É um valor que representa menos de um décimo do montante necessário (estimado em 15,8 mil milhões de dólares por ano) para cumprir o compromisso mundial de conservar pelo menos 30% dos oceanos até 2030.
Os responsáveis notam que este "défice acentuado está a prejudicar a conservação da biodiversidade, a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável", e sublinham que "uma ação imediata poderia proporcionar 85 mil milhões de dólares por ano em benefícios e custos evitados até 2050".
Apelando aos países mas ricos para que cumpram as suas obrigações no âmbito do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (que nomeadamente estabeleceu a proteção de 30% do planeta até 2030), a declaração apela à mobilização de "recursos equitativos e previsíveis" para a conservação dos oceanos, em especial para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e as nações costeiras vulneráveis.
Os ministros pedem nomeadamente um aumento do financiamento público e privado dedicado à proteção dos oceanos. Reconhecendo que 90% do atual financiamento provém de fontes públicas e apelaram para que os países doadores "cumpram o seu compromisso de disponibilizar 30 mil milhões de dólares por ano em financiamento internacional da biodiversidade até 2030".
Integrar o financiamento dos oceanos em quadros mais amplos de financiamento do clima e da biodiversidade, e dar prioridade ao acesso equitativo ao financiamento por parte dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, e dos países e comunidades menos desenvolvidos e mais expostos são outras propostas.
A UNOC3 começou na passada segunda-feira em Nice, França, e termina na sexta-feira.
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