"É péssimo o impacto que poderá ter no Vinho Madeira, porque [os Estados Unidos] é um dos principais mercados" deste produto no que respeita à exportação, disse Albuquerque na baía de Machico, à margem no lançamento da obra "Aphanopus Carbo Lowe: O Tesouro do Mar Profundo", iniciativa da junta de freguesia local, que aborda a evolução histórica e científica da pesca do peixe-espada-preto.
O governante madeirense apontou que esta produção tradicional da Madeira tem "mercados alternativos", mencionando o Japão e também países europeus, sendo que na América do Sul existe um problema com o Brasil, porque tem "taxas muito elevadas".
"Mas temos de fazer fé e ter esperança de que esta situação perfeitamente excêntrica, que é contra a economia mundial, não tenham repercussão e que haja um recuo", afirmou.
O mercado dos Estados Unidos da América é considerado o mais relevante para a exportação do Vinho Madeira fora da Europa, representando 6,7% do total das exportações, o que significou 2,5 milhões de euros e 210 mil litros em 2024.
Donald Trump ameaçou, na sua rede social Truth Social, impor uma taxa na ordem dos 200% aos vinhos provenientes da União Europeia, incluindo os champanhes, em retaliação pela taxa sobre o uísque.
No entender de Miguel Albuquerque, a atual situação decorrente das decisões do Presidente dos Estados Unidos "é caótica".
"Quem está a sofrer os principais efeitos dos anúncios do presidente dos Estados Unidos são os próprios Estados Unidos, uma vez que as bolsas têm caído sistematicamente todos os dias. Começou com o Canadá, o México...", disse.
Para Albuquerque, "isto não leva a nada", pelo que espera, à semelhança do que aconteceu com o Canadá e com o México, que o Presidente norte-americano recue, não tendo dúvidas de que "a Europa vai ter de retaliar também".
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