Professora universitária defende que verificação de factos tem influência limitada

A verificação de factos tem uma eficiência limitada, defendeu hoje a professora da Universidade Católica Jessica Roberts, na conferência 'A Verdade na Era da Desinformação', que decorre hoje em Lisboa.

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Lusa
24/03/2025 18:23 ‧ há 4 dias por Lusa

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Universidade Católica

"O 'fact-cheking' tem uma eficiência limitada e muitas vezes não alcança o número suficiente de pessoas", afirmou, alertando para a possibilidade da técnica de 'prebunking' poder ser eficaz no campo de combate às notícias falsas.

 

As campanhas de 'prebunking' consistem em preparar o utilizador com informações fiáveis antes de este se deparar com conteúdo falso, podendo ajudar a identificar narrativas ou temas enganadores.

Além de identificar a "desinformação como um problema multifacetado", a académica salientou também que a desinformação tem muitas vantagens se os algoritmos trabalharem a seu favor, até porque "é muito mais rápido e fácil produzir notícias falsas e desinformação do que notícias reais e factuais, que requerem muita pesquisa e investigação".

O representante da Fundação Calouste Gulbenkian, Pedro Calado, também partilha da opinião de que as pessoas estão cansadas da permanente verificação de factos, mencionando também o 'prebunking' como uma técnica eficaz nesta matéria.

Pedro Calado referiu ainda o trabalho da fundação na promoção da literacia mediática e no combate às notícias falas, nomeadamente através do projeto "Pinóquio na Escola", pois "a informação e a confiança tudo têm a ver com o funcionamento da democracia", disse.

A Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Globais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Minna-Liina Lind, disse, por sua vez: "Quando se olha para este último ano de 'supereleição', em que tivemos cerca de 80 eleições em todo o mundo, a desinformação estava presente em quase todas elas (...) e, é claro, a IA [inteligência artificial] também está lá, mas não em todos os casos", referiu.

A responsável partilhou ainda a visão do seu país, referindo que está habituado a lidar com as campanhas de desinformação da Rússia, pois esta é a realidade "desde que o país recuperou a independência em 1991", acrescentando que a literacia mediática deve ser desenvolvida desde a infância.

A representante da associação Come Back Alive Initiatives Center, Maria Kucherenko, afirmou, por seu turno, que, tendo em conta a guerra na Ucrânia, "a Federação Russa não apenas denuncia os atos de genocídio cometidos contra a Ucrânia, mas também tenta acusar que a Ucrânia é o lado que cometeu esses crimes".

Maria Kucherenko disse ainda ser necessário "um trabalho sério sobre as figuras ou indivíduos responsáveis pela influência de desinformação" durante os conflitos armados.

O evento contou ainda com a participação virtual da Ministra da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, Aisén Etcheverry, que referiu que a "desinformação é um desafio global que está a crescer rapidamente e a afetar as sociedades e as democracias".

"A desinformação não é um problema com o qual os países podem lidar sozinhos. A colaboração internacional é importante", concluiu.

Leia Também: Descoberta técnica capaz de promover desinformação em ferramentas de IA

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