Num comunicado divulgado hoje, o município alentejano indicou ter enviado uma carta, assinada pelo presidente Paulo Arsénio, ao presidente do Conselho de Administração da CP, Pedro Guedes Moreira, datada do passado dia 11.
Nessa missiva, o autarca reclamou esclarecimentos por parte da transportadora sobre um artigo do jornal Público, do dia 09 deste mês, no qual é noticiado "um possível adiamento, pelo prazo de um ano, na entrega de 22 novos comboios que irão modernizar o serviço regional da ferroviária portuguesa".
O presidente da câmara, na carta consultada hoje pela agência Lusa, referiu que a informação que a CP tinha transmitido à autarquia era a de que, "destas 22 novas composições, 12 serão bimodo, podendo circular em linhas não eletrificadas, e as restantes 10 unidades serão elétricas".
O autarca realçou que a Linha do Alentejo e Beja serão "beneficiários das novas composições" e, atualmente, o material ferroviário circulante que serve a cidade, "pelo desgaste e pela idade, urge ser substituído pelas novas automotoras".
Por isso, o autarca disse ter encarado esta notícia do possível atraso na entrega das novas automotoras "com grande apreensão".
Na missiva, Paulo Arsénio perguntou ao Conselho de Administração da CP se a notícia "corresponde ou não à verdade" e se a Stadler vai ou não "entregar as primeiras automotoras a partir de outubro de 2025, como estava previsto e era expectativa geral dos utentes do serviço ferroviário que iriam usufruir do novo material circulante".
Caso se confirme o atraso, O autarca reclamou também saber "qual a nova data prevista/indicada pela empresa para início de fornecimento do material circulante" e se a CP "planeia colocar ao serviço da Linha do Alentejo, nomeadamente no troço Casa Branca -- Beja, algum destes novos comboios", e, em concreto, quantos.
Numa notícia de 09 de abril, o Público lançou uma notícia intitulada "Automotoras para a CP atrasam-se mais um ano e só deverão chegar em 2027".
"As 22 unidades deveriam ser entregues entre outubro de 2025 e junho de 2026, mas atrasos no fabricante deixam empresa, pelo menos, mais um ano sem novos comboios", pode ler-se no artigo.
Segundo o jornal, em outubro de 2020, a CP assinou com a empresa suíça Stadler a compra de "22 automotoras, por 158 milhões de euros", e o contrato previa a entrega das primeiras composições a partir de outubro deste ano.
"A partir desta data, o fornecedor deveria entregar duas automotoras por mês, prevendo-se que a última fosse entregue em julho de 2026", de acordo com o jornal.
Mas, pode ler-se no Público, que cita fonte oficial da CP, "face a diversas contingências, o fabricante prevê que já não seja possível o cumprimento do prazo de entrega".
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