Em declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato, Frederico Morais, disse que uma das recentes situações ocorreu, na quarta-feira, quando "um guarda, que se encontrava de folga, viu um indivíduo a atirar, para o interior da cadeia de Ponta Delgada, um pacote" que alegadamente tinha droga, tendo sido "alertada a polícia e o homem detido".
O dirigente sindical disse que "esta situação acontece em Ponta Delgada, porque ainda não atenderam aos inúmeros alertas" do sindicato para a vedação dos pátios, para "evitar arremessos para o interior do estabelecimento prisional e tentativas de fugas de reclusos".
"No ano passado, só neste pátio do estabelecimento prisional de Ponta Delgada, houve a tentativa de fuga de três reclusos", indicou Frederico Morais à agência Lusa.
Ainda assim, "já se conseguiu, finalmente, fechar a designada camarata 'Da América do Sul', sobrelotada e sem condições, mas demorou mais de dois anos", referiu.
Quanto a outra situação, ocorreu em Angra do Heroísmo, no seguimento da recente situação registada com um recluso que ficou gravemente ferido num incêndio que ateou à sua cela no Estabelecimento Prisional da Terceira.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, o recluso em causa "regressou do internamento hospitalar e foi colocado em isolamento numa cela sem colchão" e "necessitou de cuidados médicos na urgência, devido a problemas respiratórios".
"Não temos condições para termos um doente de psiquiatria num estabelecimento prisional. Não somos médicos. Neste tipo de situações, os reclusos devem ser colocados em clínicas especializadas", disse Frederico Morais, defendendo uma inspeção "rigorosa" à cadeia de Angra do Heroísmo.
Por outro lado, "continuam a ser os guardas masculinos que fazem serviço na ala feminina" do estabelecimento prisional de Angra, "um problema grave" que já foi exposto pelo sindicato ao diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, acrescentou.
Segundo o dirigente sindical, "a falta de condições" naquelas duas cadeias dos Açores "coloca também em causa o trabalho dos guardas, que são cada vez menos e com cada vez menos segurança".
A agência Lusa procurou obter informações sobre as situações denunciadas junto da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas sem sucesso até ao momento.
Leia Também: Três condenados por burlas e roubos a idosos em rede criminosa familiar