População de lince ibérico aumentou 19% num ano e supera os 2.400 animais

O número de linces na Península Ibérica aumentou 19% em 2024 e alcançou os 2.401 animais, segundo o censo anual realizado pelas entidades espanholas e portuguesas que integram o projeto de recuperação da espécie.

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Lusa
22/05/2025 08:01 ‧ há 5 horas por Lusa

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Segundo o resultado do censo divulgado hoje, o número de linces ibéricos passou de 2.021 em 2023 para 2.401 em 2024, ano em que nasceram 844 novos animais.

 

O censo de 2024 identificou 1.557 linces adultos, sendo 470 fêmeas reprodutoras, mais 64 do que em 2023.

Os responsáveis e cientistas do projeto LIFE LynxConnect, de recuperação do lince ibérico, que esteve à beira da extinção no início deste século, consideram que para alcançar um "estado de conservação favorável" será necessário chegar a entre 4.500 e 6.000 indivíduos, com pelo menos 1.100 fêmeas reprodutoras.

Os projetos de conservação do lince ibérico, maioritariamente financiados por programas europeus LIFE, têm mais de 20 anos e o número total de animais passou de menos de 100 em 2002 para mais de 2.000 em 2023. Em 2024, a espécie deixou de ser classificada "em risco" para passar a "vulnerável" na Lista Vermelha elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Os números do censo hoje divulgado confirmam "uma tendência demográfica positiva e contínua nos últimos 20 anos de seguimento e ações com vista a reduzir o risco de extinção" do lince ibérico, destacou o Ministério para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico (MITECO) do Governo de Espanha, num comunicado.

Em 2024 foram identificados 2.047 linces em Espanha e 354 em Portugal, no Vale do Guadiana (eram 291 no censo anterior).

Para além desta população em Portugal, há outras nas regiões espanholas de Castela La Mancha (942 linces), Andaluzia (836), Extremadura (254) e Múrcia (15), algumas delas já com núcleos de interligação entre si.

Em 2024 morreram também 214 linces, 162 deles por atropelamento em estradas, numa taxa de mortalidade por causas não naturais "ainda relevante", que é necessário combater, realçou o MITECO.

"A população de lince continua a expandir-se, tanto numérica como territorialmente. São já 17 as áreas geográficas diferentes em que a espécie se reproduz. A tendência da população é positiva e contínua desde 2015, o que permite consolidar a redução do risco de extinção do lince ibérico", lê-se no mesmo comunicado de hoje do MITECO.

O ministério espanhol sublinhou a evolução "ainda mais destacável" dos últimos anos, desde 2020, quando foram identificados 1.111 animais.

Apesar dos "bons resultados" do projeto de recuperação do lince ibérico, que "se está a converter num dos melhores exemplos de êxito de um programa de conservação de espécies ameaçadas", "são ainda vários os desafios a que é preciso fazer frente para garantir" que se elimina o risco de extinção, salientou o MITECO.

O projeto de recuperação e conservação do lince ibérico passou, numa primeira fase, pela reprodução em cativeiro de animais, com os primeiros a serem libertados na natureza em 2011.

Desde então e até 2014 foram libertados 403 animais nascidos em cativeiro.

O projeto de recuperação e conservação do lince ibérico envolve diversas entidades públicas e privadas em Portugal e Espanha.

Em Portugal, a coordenação cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Leia Também: Linces "avós, mães e netas" espalham-se pela Península e quebram tabus

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