"A Ordem dos Médicos dispõe de mecanismos próprios de avaliação deontológica e disciplinar, que não hesitará em acionar sempre que se confirmar violações da ética médica", disse o bastonário Carlos Cortes em conferência de imprensa.
Em causa está o caso de um dermatologista do Hospital Santa Maria, em Lisboa, que alegadamente recebeu 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizados para retirar lesões benignas aos pais.
O bastonário adiantou que ofereceu a sua "colaboração técnica" à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) depois de terem sido anunciadas as auditorias a todas as unidades locais de saúde (ULS) e lamentou que a ULS Santa Maria ainda não tenha respondido à Ordem dos Médicos (OM).
"Na manhã de sábado, logo após a divulgação pública do caso, a OM dirigiu um ofício à ULS Santa Maria, solicitando esclarecimentos formais que até hoje permanecem por responder", realçou.
Na segunda-feira, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito à atividade cirúrgica adicional realizada no SNS, após o caso noticiado pela CNN Portugal.
Também abriu uma auditoria aos factos relacionados com a atividade cirúrgica realizada em produção adicional e classificação dos doentes em grupos de diagnósticos homogéneos (GDH), no Serviço de Dermatologia da Unidade Local de Santa Maria, desde 2021 até hoje, estando em causa o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a mitigar as longas filas de espera nos hospitais.
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