"As nossas marchas representam a alma da cidade de Lisboa. Ano após ano, milhares de pessoas assistem a este desfile absolutamente único do orgulho e das identidades dos nossos bairros e freguesias, naquele que é um dos momentos altos das nossas Festas de Lisboa", salienta o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), citado numa nota da autarquia.
Também em comunicado, a ACCL -- Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa refere ter sido "com alegria" que viu a inscrição das Marchas Populares de Lisboa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial ser "bem sucedida".
"O património nacional está mais enriquecido", considera a ACCL na nota, assinada pelo presidente da direção, Artur Botão.
Segundo o anúncio publicado hoje em Diário da República, a proposta partiu do presidente do Património Cultural -- Instituto Púbico, João Soalheiro, que destacou a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial "enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu a manifestação do património cultural imaterial na contemporaneidade".
Ainda de acordo com o anúncio, foram cumpridos os procedimentos de audição dos interessados, bem como a inscrição da manifestação cultural Marchas Populares de Lisboa no Inventário reflete os critérios constantes no regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial.
As Marchas Populares de Lisboa são um dos principais eventos do cartaz anual das Festas da Cidade.
Na nota da Câmara de Lisboa, o município recorda que a candidatura, promovida pela ACCL com o apoio da autarquia, "tinha sido entregue em abril de 2024 e implicou uma pesquisa científica de dois anos, liderada pela antropóloga Marina Pignatelli, da Universidade de Lisboa".
"As Marchas Populares de Lisboa são reconhecidas como uma celebração festiva e bairrista com uma importância extraordinária, caracterizadas pela dança em desfile, acompanhada de música, poesia e canto. Os representantes dos bairros participantes, num total de 68 pessoas por bairro, incluem 50 marchantes, porta-estandarte, oito músicos (conhecidos como "Cavalinho"), o par de padrinhos e mascotes, cinco aguadeiros, além do ensaiador e do organizador da marcha de cada coletividade", destaca o município.
A tradição, ainda segundo a Câmara de Lisboa, remonta à Alta Idade Média, tendo evoluído a partir dos arraiais juninos tradicionais, até se estruturar como é conhecida hoje.
"A criatividade inovadora, a exuberância e a alegria presentes nas Marchas Populares de Lisboa representam um traço profundamente marcante da cultura popular da cidade", é acrescentado.
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