Após uma marcha de quase 40 minutos, que parou a circulação na zona da rotunda do Relógio, os manifestantes sentaram-se na estrada pelas 16h40, mas sem bloquear o acesso ao aeroporto Humberto Delgado.
Em declarações à Lusa, a porta-voz do Climáximo Maria Lourenço disse que o movimento tentou "mostrar a força que o poder popular pode ter em contraste com a inação dos partidos políticos".
"Todos os partidos concordam com a construção de um novo aeroporto [em Alcochete] e de uma nova indústria mortífera. Sabemos que o aeroporto é a infraestrutura mais poluente e mais emissora de gases com efeito estufa a nível nacional e, por isso, mais responsável pelo agravar da crise climática, cujas consequências temos visto em desastres como Valência, mesmo aqui ao nosso lado. E nós precisamos de parar estes ataques contra a vida", salientou.
Maria Lourenço reforçou que é necessário "cortar 85% das emissões de gases com efeito estufa até 2030".
"Sabemos que só o poder popular e só as pessoas e um grande movimento é que pode travar esse rumo ao colapso climático e ao futuro dos extremos", realçou.
Para o também porta-voz da Climáximo Francisco Sequeira, os voos de curta distância "têm de parar imediatamente", assim como os particulares.
"Não é possível ter voos particulares. Não faz sentido nenhum. E todo o investimento que querem colocar num novo aeroporto que vá para transporte público, limpo, gratuito, eletrificado, que chegue a várias zonas do país", defendeu.
Já o ativista Sinan Eden lembrou que esta "disrupção" serve para denunciar a "cumplicidade coletiva" que existe, deixando "os governos e empresas destruir tudo".
"Nós bloqueámos duas entradas do aeroporto, duas rotundas, uma do lado das chegadas e outra do lado das partidas", afirmou, referindo que os atos do Climáximo servem para mostrar "a atenção" para a emergência climática.
A iniciativa promovida pelo movimento ambientalista Climáximo teve início às 15:00 com uma concentração na rotunda do Relógio, seguida de uma marcha em direção ao aeroporto.
Aquando da chegada à zona aeroportuária, os ativistas viram-se impedidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) de terminar a sua ação de protesto no átrio do aeroporto, acabando por se sentar na estrada de um dos acessos, mas sem colocar em causa as partidas e chegadas dos passageiros.
Face a esta situação, o subintendente da PSP Bruno Marques fez um ultimato aos ativistas, dizendo que começaria a dar ordens de dispersão, porque estavam a colocar em risco a ordem pública.
A PSP admitiu o uso da força caso os manifestantes não aceitassem as ordens das autoridades, o que não veio acontecer.
Os ativistas cantavam "Vamos parar os aviões para cortar as emissões".
[Notícia atualizada às 19h29]
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