Estes foram dois dos deputados que falavam no painel sobre políticas públicas para os media, na conferência "Informação como bem público: Regulação mediática e políticas públicas", promovida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), na sala do Senado, na Assembleia da República, em Lisboa.
Para a deputada bloquista, a empresa deve ter o capital 100% público, considerando que a agência de notícias deve ter "conteúdos mais acessíveis" para os media regionais e locais, mas que desse apoio "não pode resultar despedimento de jornalistas e diminuição de funcionários".
Rodrigo Saraiva, da IL, destacou, na parte do plano do Governo de apoio aos media, que está prevista uma "redução de receitas da Lusa através do apoio que é dado aos órgãos de comunicação social, sobretudo os locais e regionais", considerando-a "uma boa medida", mas, acrescentou, "não é claro como é que o acionista Estado garante a parte dos custos".
Se o Estado é acionista e está a tirar receita à Lusa "tem de garantir a vertente dos custos", frisou.
"Aceito que a Lusa como agência noticiosa tem um plano regulador informal do ecossistema mediático, acho que a Lusa pode - e também disse ao ministro - assumir aqui um papel, a Lusa sim, não a RTP, da capilaridade, da territorialidade, não só nacional, mas sobretudo através da diáspora", disse.
O deputado da IL relatou que "durante duas semanas", após o Congresso dos Jornalistas, depois de se ter defendido que a agência de notícias tinha de ser uma empresa pública, andou a "explicar aos mais puros dos liberais, aos mais dogmáticos dos liberais, que a Lusa era uma agência noticiosa", ou seja, andou a "fazer pedagogia".
Para o deputado, a Lusa pode assumir um papel da territorialidade, não só nacional, mas também da diáspora. Contudo, o acionista Estado deve garantir condições para tal.
A deputada do Livre Filipa Pinto sublinhou que a "Lusa presta um serviço público e obviamente tinha de ser pública", enquanto Alexandre Poço, do PSD, referiu que as medidas do Governo já tomadas "são positivas" para reforçar o papel da Lusa.
Pelo Chega, Jorge Galveias considerou que a Lusa deve ser "devidamente regulada, fiscalizada" para que seja garantida a sua independência de qualquer Governo.
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