BE recusa "intoxicação" política e marca debate sobre "ameaças" dos EUA

O BE vai levar a debate quarta-feira no parlamento "as ameaças da administração" norte-americana de Donald Trump para a União Europeia, recusando que a discussão política em Portugal seja "intoxicada" pela moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega.

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Lusa
18/02/2025 19:31 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

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"Enquanto todo o debate português está intoxicado, são precisamente estes debates importantes sobre o futuro da União Europeia que estão a passar ao lado", alertou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

 

O debate de urgência marcado pela bancada bloquista para quarta-feira, intitulado 'As ameaças da administração Trump e a reação do Governo português no contexto europeu', surge numa altura em que Washington avança para negociações de paz com a Rússia excluindo os aliados europeus e a Ucrânia.

No plano nacional, o Chega entregou hoje uma moção de censura ao XXIV Governo Constitucional, que Mariana Mortágua classificou como "um ato oportunista de intoxicação do debate parlamentar".

"Sei porque é que André Ventura o faz. Faz para desviar atenções de polémicas que não lhe interessavam e faz porque à extrema-direita interessa que todo o debate político seja isto: casos, casos, casos, polémicas, intoxicação do debate. E, portanto, o BE votará convictamente contra esta manobra", afirmou.

Os bloquistas querem trazer ao debate na Assembleia da República o atual cenário internacional, considerando que "a União Europeia está em profunda desorientação e paralisada nessa desorientação".

"E o governo português também está paralisado, porque não consegue reconhecer um facto óbvio: os Estados Unidos da América não são um aliado", defendeu Mariana Mortágua.

A dirigente considerou que "os interesses dos Estados Unidos da América não são os interesses estratégicos da União Europeia" e que a atual administração de Donald Trump tem "neste momento uma estratégia de desestabilização das democracias europeias, tendo feito apelos públicos ao voto em partidos de extrema-direita, nomeadamente a AfD na Alemanha, que terá eleições muito em breve".

Na ótica de Mariana Mortágua, a UE abdicou de ter uma "posição autónoma e estratégica, sobretudo depois da invasão da Ucrânia pela Rússia", e de ser "um ator essencial para conseguir conquistar a paz".

"E fê-lo em nome de uma presença na NATO, que segue e seguiu os interesses estratégicos dos Estados Unidos. Fê-lo numa total subjugação a esses interesses estratégicos, incluindo quando é ordenado à União Europeia que deixe de investir no Estado Social, que é o garante da sua democracia, para aumentar o orçamento em Defesa, sabendo que esse orçamento será dirigido para comprar armamento dos EUA e como parte da estratégia industrial de Trump", lamentou.

Crítica do facto de países como o Reino Unido e a Suécia já terem anunciado que têm disponibilidade para enviar forças para a Ucrânia num cenário pós-guerra, Mariana Mortágua considerou que o Governo tem tido uma "posição um bocadinho difícil de compreender" ao "não admitir que Trump não é um aliado", e disse esperar que o executivo se faça representar neste debate.

Fonte oficial do gabinete do Ministério dos Assuntos Parlamentares, adiantou à Lusa que será o ministro Pedro Duarte, desta tutela, a representar o executivo neste debate.

Leia Também: Mariana Mortágua relativiza saídas do BE que encara "com naturalidade"

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