O vereador da Câmara de Lisboa e membro do Comité Central do PCP João Ferreira acusou, esta sexta-feira, o autarca Carlos Moedas de "fugir ao escrutínio" sobre as suspeitas de ter travado uma vistoria às obras de um duplex da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na capital.
"Para fugir ao escrutínio e ao questionamento dos seus atos, Carlos Moedas suprimiu a reunião de Câmara ordinária da próxima semana. Os vereadores da CDU exigiram hoje a sua reposição, no respeito pelo regimento e calendário de reuniões existente", escreveu João Ferreira no X (ex-Twitter).
A notícia de que a Câmara de Lisboa terá impedido a Polícia Municipal de fazer uma vistoria às obras foi avançada, esta sexta-feira, pelo Correio da Manhã, que cita uma resposta da autarquia, garantindo que "trata todos por igual".
Para fugir ao escrutínio e ao questionamento dos seus atos, Carlos Moedas suprimiu a reunião de Câmara ordinária da próxima semana.
— João Ferreira (@joao_ferreira33) March 14, 2025
Os vereadores da CDU exigiram hoje a sua reposição, no respeito pelo regimento e calendário de reuniões existente.#CDUpelodireitoacidade pic.twitter.com/Ed55XeCijo
Recorde-se que a atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, também pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que, entretanto, passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado na terça-feira com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS e a Iniciativa Liberal.
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