Investigador da FEUP lança plataforma sobre tipos de segregação social

A Segregation Wiki, plataforma onde são analisados os diferentes tipos de segregação, é lançada hoje, com dados sobre as formas mais crescentes, indicou o autor que é investigador da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

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© Diego Delso / Wikipedia

Lusa
21/03/2025 07:18 ‧ ontem por Lusa

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Segregação

Lançada no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a Segregation Wiki é um 'site' aberto, que pode ser editado por qualquer pessoa interessada em contribuir sobre o tema da segregação, sendo moderado pelos administradores da plataforma.

 

O objetivo deste trabalho passa por "concentrar num único sítio centenas de informações sobre formas de segregação que investigadores no mundo todo têm produzido por mais de 100 anos, e oferecer ao público definições sobre este tema", lê-se na informação partilhada pela FEUP.

O autor, Vinicius M. Netto, é investigador do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA) da FEUP e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e a Segregation Wiki resulta de uma investigação de dois anos, em colaboração com investigadores da University College London (UCL), no Reino Unido, e das Universidades Federais Fluminense (UFF), Santa Catarina (UFSC) e Pelotas (UFPel), no Brasil.

Segundo Vinicius M. Netto, a Segregation Wiki contém "uma ontologia interativa que organiza as relações entre as várias formas de segregação identificadas em mais de 100 anos de literatura científica".

"A ontologia agrupa as formas de segregação como uma rede, sob etiquetas ou tipos distintos. A rede pode ser ampliada através de 'zoom' e gerar mais detalhes sobre as suas conexões. Esta é a primeira classificação do género na investigação sobre segregação", referiu o autor à Lusa.

Para criar esta plataforma colaborativa, o investigador examinou excertos de acesso livre de 10.754 documentos com a palavra "segregação" disponíveis na Scopus, uma base de dados que cobre as áreas da ciência, tecnologia, medicina, ciências sociais, artes e humanidades.

Entre outros, foram analisados artigos de jornais científicos, editoriais, artigos de conferências, capítulos de livros e revisões de pesquisas.

Todos os trabalhos são escritos em inglês para fins de viabilidade e alcance internacional.

Os documentos da amostra têm 14.841 autores e incluem 473.706 referências a outros trabalhos.

"Com base nos dados que analisamos, a forma de segregação que mais cresce em investigações é segregação étnica, seguida da segregação social e da segregação de género. A segregação étnica é um termo que tem crescido, porque incorpora nuances raciais e culturais, temas que nunca perdem atualidade", analisou o investigador.

Quanto à segregação racial e ao 'apartheid urbano' "também mostram crescimento, o que é interessante tendo em conta que em 2025 se cumprem 60 anos da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial", acrescentou.

Na recolha de dados, foram identificadas e mapeadas 804 formas distintas de segregação, estudadas em mais de 160 campos disciplinares, que remontam a 1913.

"Esperamos que este esforço colaborativo garanta que a plataforma continue a evoluir de acordo com as necessidades emergentes e as perceções da comunidade de pesquisa, dos estudantes nos mais diversos níveis e do público em geral interessado neste tema sempre contemporâneo", concluiu.

O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial foi estabelecido, em 1966, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, lembrando o dia 21 de março de 1960, quando a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas numa manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, contra leis que aprofundavam o Apartheid.

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