Segundo a agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, um foguetão Longa Marcha-3B, transportando a sonda Tianwen-2, foi lançado da base de lançamento de Xichang, no sudoeste da província de Sichuan, à 1h31 local (17h31 GMT).
Cerca de 18 minutos depois, a sonda Tianwen-2 foi colocada em órbita de transferência entre a Terra e o asteróide 2016HO3, informou a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), segundo a Xinhua.
"A sonda espacial acionou os seus painéis solares sem problemas e a CNSA declarou o lançamento como um sucesso", informou a agência.
A sonda levará mais de um ano de viagem, chegando no verão de 2026 ao asteróide "469219 Kamo'oalewa", um quase satélite da Terra.
Assim que a recolha estiver concluída, a Tianwen-2 será novamente lançada e, em seguida, um módulo espacial será libertado, regressando à Terra sozinho com as amostras.
A sonda principal continuará a sua viagem em direção a um cometa (denominado "311P"), na segunda parte da missão.
A Tianwen-2 é a primeira missão da China a recolher amostras de asteróides --- pequenos corpos rochosos que se movem pelo espaço, orbitando o Sol.
Os cientistas acreditam que estas amostras contêm pistas sobre os primórdios e a evolução do sistema solar.
A China pretende também melhorar a sua capacidade de orbitar e aterrar em pequenos corpos celestes.
A recolha de amostras de asteroides não é inédita, tendo já sido alcançada por missões japonesas e norte-americanas.
Chen Lan, especialista no programa espacial chinês, disse à AFP que esta missão marca tecnologicamente "um passo importante no progresso da China para alcançar o Japão, os Estados Unidos e a Europa no campo da exploração do espaço profundo, para além da Lua".
A China já enviou sondas para recolher amostras no passado, incluindo do lado oculto da Lua, em 2024, de forma pioneira.
O país aterrou uma nave espacial no lado oculto da Lua em 2019 e em 2020 finalizou o BeiDou, o seu sistema de navegação por satélite.
A China está a investir milhares de milhões de euros no seu programa espacial para alcançar os Estados Unidos e à Rússia.
Pequim planeia enviar astronautas à Lua até 2030.
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