Apenas em dezembro, as exportações de componentes automóveis representaram 672 milhões de euros, o equivalente a uma descida, também, de 4,5% face ao mesmo mês do ano passado.
Em comunicado, a associação refere que esta quebra é "claramente acima do esperado" e que o resultado "não está completamente explicado". Ainda assim, admite que "há a perceção de alteração do mix de produção na Europa e o reforço de outros destinos".
A Europa continuou a ser o principal destino das exportações, ainda que "com quedas acentuadas".
No ano passado, as exportações para o mercado europeu recuaram 5,1% face a 2023, mas este continuou a ser destino de 88,5% das vendas. Espanha continuou como o principal cliente, com 28,3%, seguindo-se Alemanha (23,4%) e França (8,4%).
Fora da Europa, os Estados Unidos da América contam com 4,9%, enquanto Marrocos, na 11.ª posição, teve uma quota de 2,1%, depois de uma subida de 26,1% face a 2023.
Para 2025, o presidente da AFIA, José Couto, antevê que os dados para o futuro próximo "não são animadores".
"A redução das vendas de veículos no mercado europeu, juntamente com os sinais de queda, informados pelos clientes, que temos vindo a registar, deixam antever tempos ainda mais conturbados para o setor automóvel, o que fará com que, provavelmente, as empresas tenham de ajustar a atividade e a capacidade de produção que existe neste momento no nosso país", assinala o presidente da associação.
Face à contração verificada em 2024, a AFIA sugere que a evolução nos próximos meses vai depender "da recuperação da indústria automóvel europeia, da estabilização das cadeias de abastecimento e das políticas comerciais globais".
Os cálculos da AFIA têm por base as estatísticas do comércio internacional de bens divulgadas no dia 10 fevereiro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).