Xpeng antevê vítimas face à concorrência feroz entre fabricantes na China

Marca está presente no Salão Automóvel da China.

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Lusa
23/04/2025 10:06 ‧ ontem por Lusa

Auto

Xpeng

A concorrência feroz entre os fabricantes automóveis chineses "vai fazer vítimas", advertiu hoje o presidente da marca de veículos elétricos Xpeng, na véspera da abertura ao público do Salão Automóvel de Xangai.

 

"O setor é muito competitivo e nem todos vão sobreviver", apontou Brian Gu, a partir do seu espaço no Salão Automóvel de Xangai, onde a marca está a apresentar novas versões dos seus automóveis.

"Os critérios de sobrevivência são muito mais amplos do que antes: desenvolvimento, volume de produção, qualidade de fabrico, mas também inteligência artificial e 'software'. Temos de pensar na mobilidade para a próxima década", afirmou o responsável da marca chinesa, citado pela France Presse.

"Cinco ou sete grandes atores vão deter uma grande parte do mercado, enquanto agora há uma dúzia deles", acrescentou Brian Gu, presidente da Xpeng.

A 'startup' chinesa é vizinha do 'gigante' europeu Volkswagen no salão de Xangai. O principal construtor automóvel estrangeiro na China, que está a ver a sua quota de mercado ser corroída pela concorrência local, apresentou hoje uma contraofensiva que inclui veículos desenvolvidos em conjunto com a Xpeng.

"Mudar de direção com um navio tão grande requer esforço, empenho e algum sacrifício", comentou Brian Gu. "Juntos, podemos enfrentar o futuro da mobilidade", assegurou.

A Volkswagen e a Xpeng estão a trabalhar em conjunto em dois novos modelos, que devem ser lançados oficialmente na China no próximo ano.

A Volkswagen adquiriu, em 2023, uma participação de 4,99% na marca chinesa por 630 milhões de euros.

Incentivados por subsídios do governo para trocarem os carros mais antigos por modelos mais recentes, os compradores chineses estão a aderir em massa aos veículos elétricos.

As vendas de veículos movidos a bateria e híbridos aumentaram 40% no ano passado, face ao ano anterior, segundo dados do setor.

No total, em 2024, foram vendidos 31,4 milhões de veículos na China, incluindo autocarros e camiões, o que representou um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior.

A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, que ameaçam agora o status quo de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.

Estimativas do banco de investimento UBS indicam que, até 2030, três em cada cinco veículos novos vendidos na China serão movidos a eletricidade, em vez de combustíveis fósseis.

O domínio chinês estende-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais.

No entanto, existe excesso de capacidade de produção e um problema de sustentabilidade financeira: mais de 60% dos fabricantes chineses de elétricos vendem menos de 10.000 carros por ano.

Devido à feroz guerra de preços em curso, apenas a norte-americana Tesla e a BYD conseguem permanecer lucrativas, o que deverá conduzir a uma consolidação do setor nos próximos anos.

Leia Também: Salão Automóvel de Xangai abre portas esta quinta-feira

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