O (aparentemente) barato pode sair caro, reza o ditado. E é o caso de conduzir em ponto morto, uma opção que alguns condutores usam com a (falsa) percepção de poupança de combustível em momentos como descidas ou engarrafamentos.
Mas segundo o Automóvel Club de Portugal, a técnica envolve sérios riscos a vários níveis – desde o desgaste dos componentes à segurança rodoviária. E não representa reais vantagens.
Desgaste de componentes: Em ponto morto, uma viatura ganha mais velocidade com a inércia e travar será necessário em algum momento. Fazê-lo com recorrência provoca o desgaste dos travões e potencia o sobreaquecimento dos mesmos – o que traz graves riscos de segurança. Algo evitável tendo a mudança certa engatada, que resulta numa menor força de inércia. Além do mais, ao circular em ponto morto não é possível usar o motor para travar – o que é recomendado em declives mais acentuados ou velocidades mais altas, por exemplo.
Segurança: De acordo com a Caetano Retail, ter o carro desengatado pode dificultar o controlo do mesmo e afetar os tempos de reação. Com uma mudança engrenada, a adaptação do automóvel às exigências de condução será mais rápida. Para além disso, há a questão já referida da velocidade tendencialmente maior.
Aumento do consumo: Ao contrário do que se possa pensar, o consumo de combustível é maior seguindo em ponto morto. Em carros com injeção eletrónica, quando o carro está em movimento sem acelerar e com mudança engrenada, o sistema corta a injeção de combustível. Isso permite, de facto, poupar. O mesmo não acontece em ponto morto, uma vez que continua a ser fornecido combustível para o motor se manter em funcionamento.
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