"Os oito meses de funcionamento, porque abriu a 27 de abril até dezembro de 2024, foram 108 mil, o que é o número muito positivo para oito meses de trabalho. Se consideramos de 27 de abril de 2024 a 27 de abril de 2025, chega afetivamente aos 120 mil visitantes", afirmou à agência Lusa Aida Rechena, no dia do primeiro aniversário do museu.
"O balanço é muito positivo, porque continuamos a ser muito procurados por visitantes, principalmente por visitantes portugueses, porque é um museu que corresponde e que vai ao encontro das expectativas dos portugueses que se vêm aqui representados, têm aqui as suas memórias, vêm muitos familiares de antigos presos", justificou.
A diretora do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade acrescentou que o museu é também procurado por "antigos presos mesmo que não tenham estado presos na cadeia do Forte de Peniche, que contam as suas histórias e partilham os seus testemunhos".
Segundo a responsável, existe também "muita procura por parte das escolas do país inteiro com a visitas de estudo".
O museu está a comemorar um ano de atividade até quarta-feira com uma exposição temporária sobre a fuga de António Dias Lourenço, a exibição do filme "Clandestina", o teatro "Aurora", de Inês Melo, e sessões de pintura ao vivo, além da exposição permanente.
O Museu Nacional da Resistência e Liberdade foi inaugurado há um ano na Fortaleza de Peniche.
Durante a ditadura, o forte funcionou enquanto prisão política, donde, com o 25 de Abril de 1974, os respetivos presos foram libertados dois dias depois.
O Museu Nacional Resistência e Liberdade nasce do reconhecimento deste local enquanto espaço-memória e símbolo da luta pela liberdade à escala nacional.
O projeto tem como missão investigar, preservar e comunicar a memória nacional relativa à resistência ao regime fascista português, a partir das memórias e experiências dos que lutaram pela liberdade e pela democracia.
O museu representa um investimento de 4,3 milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários, e implicou obras que levaram ao encerramento da Fortaleza em fevereiro de 2022.
Em abril de 2017, o Governo aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar o museu na antiga prisão da ditadura do Estado Novo, destinada a presos políticos.
Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada, levando a Assembleia da República a defender a sua requalificação, em alternativa.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo, de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.
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