"A partir do momento em que escrevi canção sobre croquetes… É arriscar"

Nena lançou, há precisamente uma semana, o álbum 'Um Brinde ao Agora'. Este é um disco, promete, "com mais ritmo", com o "objetivo de pôr as pessoas a dançar", como realçou em conversa com o Notícias ao Minuto.

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© Lucas Coelho

Marina Gonçalves
23/05/2025 07:19 ‧ ontem por Marina Gonçalves

Cultura

Nena

Depois do primeiro tema de grande sucesso 'Portas do Sol', presente no disco 'Ao Fundo da Rua', lançado em 2022, Nena apresenta-se com 'Um Brinde ao Agora'. A cantora deu a conhecer o novo trabalho no dia 16 de maio e conversou com o Notícias ao Minuto dias antes de o álbum ficar disponível.

 

Composto por 14 temas - entre eles 'Amigo não empata amigo', 'os croquetes acabam', 'No próximo ano' ou 'Temos Pena!' -, traz-nos, destaca, "canções mais para dançar, com mais ritmo". "Não é muito parecido com o primeiro disco", acrescenta, referindo-se ao facto de ter menos baladas.

"O meu objetivo é, também, pôr as pessoas a dançar, a gritar, a chorar, a sorrir… Até costumava dizer isto aos meus produtores: A sensação que quero dar às pessoas é de abrirem a janela do carro, cabelos ao vento e estarem a cantar isto aos berros. Espero que faça as pessoas sentirem-se dessa forma", detalha.

'Um Brinde ao Agora' conta com duas colaborações, no tema 'Lembras-te de mim?' (com Carolina de Deus) e 'À Espera do fim' (com Luís Trigacheiro).

Depois de já ter pisado palcos como o Coliseu de Lisboa e a Super Bock Arena, Nena prepara-se para cantar no Campo Pequeno, no dia 4 de outubro, onde vai apresentar este novo trabalho. Além disso, a cantora pode ser vista aos domingos no pequeno ecrã, no 'The Voice Kids', da RTP1, experiências que foram também temas de conversa durante a entrevista com o Notícias ao Minuto.

Este disco sou eu a tentar relembrar a mim mesma - e também às pessoas que espero que ouçam e sintam isto - que é importante focar-nos no agora e abraçarmos este nosso amor próprio, e esta tentativa de viver no presente

Fizeste promoção deste novo álbum no Instagram, como é natural, e despertou-me atenção o facto de dizeres que este novo trabalho é "um brinde aos bons e maus momentos". Como classificas o teu caminho até chegares a este 'Brinde'?

Uma coisa que gosto muito de fazer para tentar perceber o título dos discos, pelo menos foi o que aconteceu no último disco e neste, é olhar para as canções num todo e perceber os pontos em comum. Normalmente não consigo partir de um título e depois fazer as canções. Sou aquela pessoa que faz muitas canções, que está sempre a escrever, vivo um bocadinho à base disso e partir daí é que consigo perceber o que é que as liga, e o que significa esta fase da minha vida.

'Um Brinde ao Agora' é sobre a minha passagem dos 20 para os 30 anos, e a tentativa constante de tentar abraçar o amor próprio e viver o agora. Acho que todos estamos demasiado preocupados com coisas que aconteceram no passado, ou com o que vai acontecer. Este disco sou eu a tentar relembrar a mim mesma - e também às pessoas que espero que ouçam e sintam isto - que é importante focar-nos no agora e abraçarmos este nosso amor próprio, e esta tentativa de viver no presente.

Mostra um bocadinho mais quem sou e não tenho tanto medo de falar sobre certos assuntos, sobre o que me apetece

Comparando o primeiro tema de grande sucesso - 'Portas do Sol' - com o que apresentas agora neste novo disco, temos uma Nena mais madura? 

É um disco que é um bocadinho mais maduro, sem dúvida alguma. Quando escrevi o 'Ao Fundo da Rua', o primeiro disco que integra o 'Portas do Sol', tinha 23 anos. Agora já tenho 28 anos, portanto, como dizia há pouco, é entre a passagem dos 20 para os 30, estou mesmo aqui no limbo já a passar para os 30. [risos] Cresci nestes últimos anos, gosto de acreditar que sim.

Não é que no disco passado não tivesse a mostrar inteiramente quem eu era, acho que faz parte do processo, vais descobrindo o que queres pôr cá fora, o que te faz sentido na altura. Mas este mostra um bocadinho mais quem sou e não tenho tanto medo de falar sobre certos assuntos, sobre o que me apetece, no fundo. É um disco que não podia estar mais orgulhosa também por isso, pela sinceridade que vai mostrar às pessoas de onde venho, quem sou e o que quero fazer com a minha vida. 

A partir do momento em que já escrevi uma canção sobre croquetes e as pessoas gostaram… A partir do momento em que dei esse passo, veio mostrar-me que o importante é arriscar

A música é a forma de te expressares verdadeiramente? 

O que mais gosto, também, é de não levar demasiada a sério. Por exemplo, a música 'os croquetes acabam' é uma canção que me permitiu abrir um bocadinho as portas a isso. A partir do momento em que já escrevi uma canção sobre croquetes e as pessoas gostaram… A partir do momento em que dei esse passo, veio mostrar-me que o importante é arriscar. Mesmo que depois as pessoas não gostem, só o podermos dar estes passos e tentarmos fazer o que nos apetece no momento é mesmo muito bom. E são, curiosamente, as canções que mais gosto de escrever. Canções em que penso: Vou mesmo lançar isto? Vou!

Como referiste há pouco, queres passar a mensagem de se 'viver o agora', e passar para ti mesma a mensagem de ‘aproveitar o momento’. Sentes que atingiste um 'patamar' em que podes começar a desfrutar um bocadinho mais da carreira? 

Mais ou menos… Quando vamos alcançando coisas não nos devemos deixar ficar por aí. É importante continuar a trabalhar sempre. Gosto de arregaçar as mangas, independentemente das coisas que vamos alcançando, e continuar a trabalhar. Isso é o mais importante.

Tudo o que posso dizer sobre o concerto é que vai ser muito especial, vamos ter muitas surpresas

Em outubro vais estrear-te no Campo Pequeno, onde vais apresentar este novo álbum. Como está a ser a preparação para este espetáculo? Já há alguma coisa que possas revelar? 

Não posso revelar muito. Tudo o que posso dizer sobre o concerto é que vai ser muito especial, vamos ter muitas surpresas. Estes concertos grandes são muito especiais porque é onde se reúne todas as pessoas que têm estado connosco desde o início. E muitos fãs que me mandam mensagens, que estão lá para mim. É um espaço em que posso reunir estes fãs, estas pessoas, a minha família, os meus amigos… Só tem coisas boas estes concertos grandes. Quero muito retribuir às pessoas que têm estado connosco e dar-lhes muitas surpresas.

Todas as crianças que vão passando pelo programa inspiram-me muito porque revelam uma maturidade, uma coragem, que deixa-me sem palavras

És uma das mentoras do 'The Voice Kids', da RTP1, o que é uma estreia para ti. Como está a ser esta experiência? 

Há anos que sou fã do programa, porque via com o meu pai. Somos meio fanáticos com o 'The Voice Kids' de todo o mundo. Sentávamos na sala e víamos o 'The Voice Kids' da Noruega, dos Estados Unidos… Também víamos a versão adulta.

Ter recebido este convite - que não estava, de todo, à espera - foi uma grande surpresa e uma grande alegria. Tem superado ainda mais as minhas expectativas. A convivência com os mentores, a [apresentadora] Catarina Furtado que também é inacreditável... Sou muito fã deles todos! De repente, ver ao meu lado as pessoas que cresci a ouvi-las e estar ali sentada é mesmo inacreditável. Depois, também, todas as crianças que vão passando pelo programa inspiram-me muito porque revelam uma maturidade, uma coragem, que deixa-me sem palavras.

Comecei a escrever com 12 anos, com a minha guitarra no meu quarto, e escrevia no meu cantinho, no meu caderno. Nunca na vida teria coragem, com a idade deles, de subir a um palco

Acabas por te rever naquelas crianças? 

Sem dúvida alguma. Comecei a escrever com 12 anos, com a minha guitarra no meu quarto, e escrevia no meu cantinho, no meu caderno. Nunca na vida teria coragem, com a idade deles, de subir a um palco e com os mentores de costas… É preciso coragem! Fico mesmo impressionada. Revejo-me, sim, porque vejo a paixão nos olhos deles e a forma como eles se entregam à música - e aquilo tem tanto significado para eles, mas não no sentido de subir àquele palco com aquela idade, por isso é que os admiro ainda mais.

Não podíamos ter sido melhor representados pela iolanda, e este ano pelos NAPA. São pessoas que merecem muito pelo talento, por todo o trabalho e dedicação

No ano passado concorreste ao Festival da Canção, com vista a chegar à Eurovisão, mas quem representou Portugal acabou por ser iolanda com o tema 'Grito'. Ir à Eurovisão é um objetivo, algo que ambicionas?

Sempre fui muito fã da Eurovisão e do Festival da Canção. Quando me surgiu o convite da RTP não estava de toda a espera, também. Fui um bocadinho numa perspetiva de ir e conhecer artistas novos. Aproveitar a experiência, mas não era uma ambição. Não era algo com que sonhasse aos 10 anos.

Não podíamos ter sido melhor representados pela iolanda, e este ano pelos NAPA. São pessoas que merecem muito pelo talento, por todo o trabalho e dedicação. 

Lembrar-me da sorte que é estar aqui e continuar a trabalhar muito, e o resto é história

Que rumo gostavas que a tua carreira levasse a partir daqui? 

Tal como diz o nome do disco, não sei o que é que vai acontecer. O rumo é tentar brindar a cada momento, seja bom ou mau. Lembrar-me da sorte que é estar aqui e continuar a trabalhar muito, e o resto é história. O que posso fazer agora é mesmo trabalhar, esforçar-me, continuar este caminho e fazer a coisa que mais gosto que é música. O resto é o que as pessoas quiserem, é a história a acontecer naturalmente.

Mas há algum artista, um ídolo (quem sabe), com quem gostasses de colaborar e ainda não houve essa oportunidade?

Há muitos artistas portugueses que admiro. Adorava colaborar com o Miguel Araújo, por exemplo, sou muito fã dele, acho que é dos melhores compositores e cantores que temos em Portugal. É uma pessoa que admiro muito e inspira-me.

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