"Temos vindo numa senda vitoriosa, fora de casa temos uma prestação excecional, temos ganho muitos jogos e o mote para amanhã [domingo] é vencer, com muito respeito pelo Vitória, uma equipa boa, com bons valores individuais, um bom treinador e que joga em casa, com o apoio dos seus adeptos. Não estamos em bicos de pés, mas com realismo pensamos que podemos ganhar", disse, na conferência de imprensa de antevisão ao encontro de domingo.
Para Carlos Carvalhal, "um dérbi é sempre um dérbi" e, independentemente de "uma equipa estar em última e a outra em primeiro, há muita vontade de vencer, muito foco".
O 'clássico' minhoto suscita sempre muitas emoções a que o técnico não fica imune, mas a experiência de vários anos dá-lhe "uma preparação psicológica e mental" para lidar com esses aspetos.
"Somos uma equipa técnica equilibrada neste mundo louco em que vivemos, temos que ter equilíbrio e isso faz-nos viver estas situações com alguma razoabilidade. Tenho que pôr de fora o lado de adepto, que só manifesto no final do jogo, muito contente se ganho e extremamente triste quando não ganho", confessou.
Ao baterem, em casa, o Gil Vicente (2-0), na última jornada, os bracarenses somaram o quinto triunfo consecutivo no campeonato, o que lhes permitiu colarem-se ao FC Porto na terceira posição, ambos com 43 pontos, mas o treinador recusa outro cenário que não o de encarar todas as partidas como "uma final" até ao fim da competição.
Na primeira volta, o Vitória de Guimarães venceu em Braga por 2-0, num jogo em que o central bracarense Arrey-Mbi foi expulso, por agressão a Nelson Oliveira, aos 56 minutos.
"Sempre disse que a tendência era melhorar, os jogadores cometerem menos erros e ganharem experiência. A equipa não é a mesma de há quatro meses, está mais experiente, mais rodada, já percebe melhor o que é o nosso campeonato, o que é uma rivalidade, tem mais controlo emocional. Faz parte da evolução natural das equipas", salientou.
Antigo jogador do clube, Carlos Carvalhal tornou-se recentemente o segundo treinador com mais jogos pelo Sporting de Braga (153), só atrás de Manuel Cajuda (231).
"Tenho muito honra de estar perto de nomes como Manuel Cajuda, Jesualdo Ferreira ou Vítor Manuel, ainda por cima no meu clube do coração. Nós devemos ser mesmo muito boa equipa técnica porque, ser de Braga e ter estes jogos todos [no Sporting de Braga] não é fácil, temos que ter alguma coisa de especial", regozijou-se.
Carlos Carvalhal referiu no final do jogo com o Gil Vicente que, paradoxalmente, a equipa pode ter sentido nesse jogo a saída das competições europeias, após ter sido eliminada da Liga Europa.
"Todos somos seres de adaptações. Imagine jogar basquetebol sempre e, numa semana, joga andebol ou futebol. O nosso corpo não está habituado e há sempre um período de adaptação. Isso aplica-se aos jogos de quinta-feira e domingo e, depois, jogar só ao domingo. Claro que, jogando apenas uma vez por semana, não se joga no limite do risco [de lesões]", frisou.
O técnico anunciou que o jovem de 17 anos Sandro Vidigal, dos juniores, pode ser convocado, enquanto Victor Gómez está apto, depois de se ter lesionado no aquecimento do jogo com os gilistas. Em sentido inverso, Niakaté, Vítor Carvalho e Zalazar, que regressou a Braga esta semana depois de estar com um 'pé e meio' no Zenit, tendo mesmo integrado um estágio dos russos, estão de fora por lesão.
"Dei-lhe [a Zalazar] um abraço, ele estava sorridente e positivo, é jogador do Sporting de Braga, mas ainda está a recuperar de lesão", disse sobre o médio internacional uruguaio.
Sporting de Braga, quarto classificado, com 43 pontos, e Vitória de Guimarães, sétimo, com 30, defrontam-se a partir das 20:30 de domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, num jogo que será arbitrado por João Gonçalves, da associação do Porto.