Depois da derrota no primeiro de dois confrontos ibéricos, por 4-2, na sexta-feira, em Paços de Ferreira, a seleção procurou tirar ilações para o novo duelo, que se disputa em Vigo, no último treino antes da partida do conjunto luso para a Galiza.
No Estádio de São Miguel, em Gondomar, Ana Seiça prestou declarações à comunicação social, reiterando a importância de conseguir manter a crença e o discernimento, mesmo que, do lado contrário, esteja a atual detentora da Liga das Nações.
"Temos de estar tranquilas. Queremos estar nestes patamares, jogar contra estas equipas. É assim que conseguimos crescer, estando nestes palcos. A mensagem que nos é passada é de tranquilidade e de muito foco nestes pormenores que fazem a diferença nos jogos grandes. Mas, acima de tudo, para que continuemos a trabalhar, a acreditar em nós próprias", sublinhou.
A jogadora do Tigres, do México, também se mostrou de acordo com a ideia já apresentada pelo selecionador Francisco Neto, na conferência de imprensa de análise à partida, acerca de dois capítulos a melhorar: a posse de bola e a defesa de bolas paradas.
"Sentimos que estivemos bem, mas que perdemos o jogo em certos detalhes, na bola parada, que sempre foi o nosso calcanhar de Aquiles. É melhorar esses aspetos, procurar ter mais bola e a valentia que tanto nos caracteriza, conseguir chegar à frente mais vezes e aproveitar as oportunidades para concretizar", explicou.
Mesmo estando a equipa arredada de algumas das suas principais referências individuais - Kika Nazareth, Jéssica Silva e Lúcia Alves -, a defesa central, de 24 anos, prefere realçar a formação portuguesa como um todo, apesar de reconhecer o prejuízo pelas ausências.
"Portugal, mais do que pelas individualidades, é uma equipa que se destaca pelo seu coletivo. Somos muito empáticas, queremos sempre correr umas pelas outras. Mesmo quando o posicionamento não é o melhor, fazemos esses esforços. Mas claro que as individualidades, por vezes, fazem falta. Somos um grupo muito coeso independentemente de não estarem cá, elas passam-nos sempre uma mensagem de força para o jogo", sustentou.
Ana Seiça refletiu ainda sobre o crescimento da seleção ao longo dos últimos anos, expresso na capacidade que demonstrou ao marcar dois golos à Espanha ou empatar frente à campeã europeia Inglaterra (1-1).
"Lembro-me de, há uns anos, nem sequer pensarmos num empate ou em estar taco a taco com elas. Seria sempre um jogo bastante defensivo em que esperaríamos pelo melhor. Neste momento, estamos cada vez mais próximas do nível delas. Em termos de futebol jogado e de competitividade, estamos cada vez melhores, damos cada vez respostas mais fortes dentro de campo", concluiu.
Portugal ocupa, com quatro pontos, a terceira posição do grupo A3 da Liga das Nações, atrás da Inglaterra, com sete, e da Espanha, com seis, superiorizando-se à Bélgica, que ainda não pontuou.