Hugo Martins foi um dos vários treinadores portugueses escolhidos nas últimas semanas para frequentar nível IV do curso de treinadores da UEFA. Atualmente a treinar os cipriotas do Omonia Aradippou, o técnico mostrou-se orgulhoso com o feito.

"Sou um português orgulhoso de pertencer a este país, orgulhoso de ter as minhas raízes. Feliz também por poder, no meu país, prosseguir a minha progressão enquanto treinador, adquirir mais conhecimento e a certificação exigida para trabalhar ao mais alto nível.  Este regime de exceção acontece em Portugal, em casos que são públicos, com o Tiago Margarido, uma pessoa e um treinador que eu gosto muito, o Vasco Matos, também outro treinador que gosto e que nos defrontámos várias vezes em divisões inferiores", começou por dizer Hugo Martins, em declarações ao Desporto ao Minuto.

"Também tenho orgulho daquilo que foi construído ao longo da minha carreira. Não fui um jogador de renome, não venho do ensino universitário. Tudo aquilo que foi construído foi à custa da minha dedicação do meu amor ao jogo, da minha vontade em também conhecer outras culturas, absorver essas culturas, essas experiências. E muitas das vezes tudo isto nos leva a abdicar da nossa família e a termos momentos de solidão. Apesar de sermos treinadores, somos homens e qualquer homem que decida viver noutro país encontrará algumas dificuldades. Tenho essa coragem e essa vontade de expandir aquilo que é o nosso conhecimento além fronteiras, um conhecimento que é muito próprio, o conhecimento daquilo que é o treinador português", prosseguiu, analisando a entrada no curso de nível IV.

"É uma enorme satisfação, para mim, é uma vitória. Como eu disse, construí a minha carreira a pulso. Não tinha um nome por trás. Tudo aquilo que eu fui construindo foi com a ajuda dos clubes, dos jogadores, do staff, Isto é como uma vitória, em que eu vou encarar, uma vez mais, como um meio de maior aprendizagem para ser melhor. Este é o nosso objetivo constante, de sermos melhores, de conseguirmos servir melhor os jogadores, servir melhor os nossos clubes", vincou ainda Hugo Martins, falando da carreira fora de Portugal.

"O mercado português não consegue absorver todos os treinadores  e eu decidi ir para fora, no sentido de proporcionar esta oportunidade que eu estou a ter agora, de adquirir maior conhecimento e a minha certificação para poder trabalhar ao mais alto nível. De referir que o campeonato do Chipre, apesar de não ser dos mais mediáticos e dos mais fortes, é um campeonato que tem a sua qualidade. Basta olharmos para a qualidade dos treinadores e dos jogadores. Há aqui uma série de fatores que nos fazem crer que este campeonato tem alguma credibilidade, tem qualidade. Aquilo que nós, enquanto portugueses, quando estamos no exterior, devemos fazer é deixar a nossa marca. Felizmente temos conseguido isso, eu e a minha equipa técnica", finalizou.

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