Em declarações à agência Lusa, Arlindo Cunha disse que os Estados Unidos da América (EUA) são o segundo mercado da região do Dão, logo a seguir ao Canadá.
O antigo ministro da Agricultura acrescentou que, além disso, "os Estados Unidos também são um mercado importante em termos de preço, ou seja, um mercado do segmento médio-alto de preços, que é o grande objetivo da região do Dão".
"Somos uma pequena região e não podemos ter sucesso na ótica da quantidade e do preço baixo. A nossa estratégica é valorizar o produto, divulgá-lo, manter uma média de preços elevada e gerar bons rendimentos", explicou.
Por isso, Arlindo Cunha disse à Lusa não ter dúvidas em relação às graves consequências que traria a concretização da ameaça dos EUA de aplicarem tarifas: "Seria muito mau, mesmo muito mau, nem que fossem de 20% ou 30% já seria mau".
Segundo o presidente da CVR do Dão, "as empresas já têm os seus 'stocks', a sua produção, e se não venderem para lá têm de encontrar outra alternativa".
"A partir desta altura, as empresas que exportam para os Estados Unidos têm de começar a procurar outros mercados alternativos para o caso de ser necessário. Esperemos que não seja", acrescentou.
O Presidente dos Estados Unidos da América ameaçou com taxas de 200% sobre champanhe e vinho e outras bebidas destiladas da União Europeia para contrabalançar as taxas comunitárias face ao whisky americano.
Em resposta à Lusa, Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, a associação interprofissional do vinho, também já defendeu que, se as tarifas dos EUA sobre os vinhos avançarem, as exportações de Portugal vão ser "fortemente penalizadas" e pediu a Bruxelas que desenvolva esforços para que o setor não seja prejudicado.
Segundo os dados da ViniPortugal, o mercado dos EUA representa cerca de 102 milhões de euros em exportações, sendo o segundo destino das exportações portuguesas de vinho.
Os EUA são o país onde a ViniPortugal mais investe, tendo em conta o potencial de crescimento do mercado.
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