A empresa disse querer concentrar-se na redução dos seus custos estruturais "explorando as possibilidades" oferecidas pela inteligência artificial e pela tecnologia em particular, disse um porta-voz à AFP.
O grupo tinha inicialmente anunciado que pretendia reduzir os seus custos em dois a três mil milhões de euros até ao final de 2025, um objetivo que incluía centenas de cortes de postos de trabalho nas suas operações de petróleo e gás.
Em comunicado, publicado na hoje à margem do seu dia anual do investidor, a Shell explicou que pretende "explorar oportunidades estratégicas" nos Estados Unidos na sua atividade química e proceder a "reclassificações e encerramentos seletivos na Europa".
"Graças aos esforços excecionais dos nossos empregados, estamos a transformar a Shell para a tornar mais simples, mais resistente e mais competitiva", disse o presidente executivo da petrolífera, Wael Sawan, em comunicado.
O grupo anunciou igualmente a manutenção dos objetivos climáticos definidos na sua estratégia de transição energética de março de 2024.
"A Shell mergulhou nas energias renováveis, mas não entrou com os dois pés em tudo o que é verde, é evidente que o petróleo e o gás continuam a ser os principais motores de lucro", afirmou Russ Mould, analista da AJ Bell.
A rival britânica BP, por outro lado, abandonou em fevereiro a sua estratégia climática, para se concentrar novamente no petróleo e no gás, na esperança de aumentar os seus lucros.
A Shell tem como objetivo "tornar-se a principal empresa mundial de gás integrado e de gás natural liquefeito (GNL)", nas palavras do seu presidente executivo e planeia aumentar as suas vendas de GNL entre 4 e 5% até 2030.
No final de janeiro, a Shell anunciou que o seu lucro líquido baixou 17% em 2024, para 14,90 mil milhões de euros, devido à diminuição das margens e dos preços, um ano depois de já ter reduzido para metade o seu lucro anual.
Leia Também: Níger expulsa dirigentes de petrolíferas devido a crise de combustíveis