O documento elaborado pelo 'think tank' EMBER, que procura acelerar a transição para as energias limpas, revelou que estas fontes ultrapassaram a marca dos 40% pela primeira vez desde a década de 1940.
As energias renováveis foram o principal impulsionador do crescimento geral da energia limpa no ano passado, contribuindo com um recorde de 858 terawatts-hora (TWh), um aumento de 49% em relação ao máximo anterior em 2022, de acordo com a análise.
A energia solar foi a maior contribuinte pelo terceiro ano consecutivo, acrescentando 474 TWh para atingir 6,9% e foi a fonte de crescimento mais rápido pelo 20.º ano consecutivo.
Em apenas três anos, a eletricidade solar duplicou e forneceu mais de 2.000 TWh de eletricidade em 2024, enquanto a energia eólica cresceu e contribuiu com 8,1% da eletricidade global e a energia hidroelétrica manteve-se estável nos 14%.
Questionado pela agência Efe, Wilmar Suárez, analista do EMBER, observou que "num ano de rápido crescimento da procura de eletricidade, a grande maioria deste aumento foi satisfeita pelo crescimento das energias renováveis e nuclear".
"Embora no passado o progresso no desenvolvimento da energia limpa se tenha verificado principalmente nos Estados Unidos e na Europa, os países que durante muito tempo registaram os maiores aumentos na utilização de combustíveis fósseis no setor energético estão agora a impulsionar mudanças mais rapidamente do que nunca", observou.
O diretor administrativo da EMBER, Phil MacDonald, enfatizou numa declaração que a energia solar se tornou "o motor da transição energética global" e observou que "juntamente com o armazenamento em bateria, a energia solar está prestes a ser uma força imparável".
A sexta análise anual do EMBER, denominada "Global Electricity Review", concluiu ainda que, apesar do aumento das energias renováveis, a geração de combustíveis fósseis terá um pequeno aumento de 1,4% em 2024 devido à procura de eletricidade.
Isto revela que as ondas de calor foram o principal impulsionador do aumento da geração de combustíveis fósseis, representando quase um quinto (aumento de 0,7%) do aumento da procura global de eletricidade em 2024 (aumento de 4,0%).
O relatório prevê ainda que o aumento da energia limpa ultrapassará a procura nos próximos anos e marcará o início de um declínio na geração de combustíveis fósseis.
Outros dados assinaláveis revelam que mais de metade do aumento da geração solar em 2024 ocorreu na China, onde o crescimento atendeu a 81% do aumento da procura, enquanto na Índia, a capacidade solar duplicou no ano passado em comparação com 2023.
Neste sentido, Wilmar Suárez sublinhou que "a China é líder global na transição energética, e a Índia viu um número recorde de instalações de capacidade de energia solar no ano passado, com mais do dobro disso até 2023".
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