Decisão do BCE seguiu expectativas do mercado, que vê mais reduções

A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar os juros em 25 pontos base correspondeu às expectativas do mercado, sendo que agora são projetadas mais reduções e até mais medidas de estímulo ao longo do ano, segundo analistas.

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© Kai Pfaffenbach/Reuters

Lusa
17/04/2025 18:15 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

Análise

"Não houve grandes surpresas por parte do Conselho do BCE, que votou unanimemente a favor de um corte de 25 pontos base, tal como previsto pelos participantes no mercado", lê-se num comentário dos analistas da Ebury.

 

Os analistas consideram que "as comunicações do banco foram 'dovish' [brando]", numa altura em que a desinflação está "no bom caminho e será ajudada por um euro mais forte", mas quando existem também preocupações "com o facto de as imposições comerciais de Trump poderem levar a já frágil economia da zona euro a uma recessão, sendo provável que seja considerado necessário um ritmo mais rápido de redução das taxas".

"Num ambiente geopolítico em constante mudança, teria sido um passo em falso para o BCE partilhar qualquer orientação explícita hoje. No entanto, a eliminação da palavra "restritiva" da declaração, os sinais de maior confiança na inflação e os receios acrescidos quanto às perspectivas de crescimento indicam que novos cortes são praticamente certos", notam os analistas da Ebury, que esperam agora um novo corte em junho, com um total de três reduções adicionais das taxas que levariam a taxa de depósito até 1,5%.

Dean Turner, economista-chefe para a zona euro no UBS Global Wealth Management, também salienta numa nota de análise que "os responsáveis pela política estão a tentar encontrar um equilíbrio entre impulsos expansionistas --- como preocupações com o crescimento, a inflação e os conflitos comerciais em curso --- e desenvolvimentos mais restritivos, sobretudo no que diz respeito à política orçamental, com destaque para a Alemanha".

O analista prevê "um novo corte em junho, com possibilidade de mais medidas de estímulo ao longo do ano, dependendo da evolução das negociações comerciais".

Do lado da Xtb, uma análise salienta que esta decisão surgiu "em conformidade com as expectativas do mercado", num "contexto de incerteza, provocada pela guerra comercial, que levaram o BCE a rever em baixa as suas previsões de crescimento".

Já o instituto alemão Ifo sinalizou apoio pelo corte de juros decidido hoje, com o presidente do instituto, Clemens Fuest, a defender que "a política tarifária imprevisível do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou recentemente o risco de uma recessão económica" e, "ao mesmo tempo, o risco de inflação provavelmente diminuirá", citado em comunicado.

Fuest acredita que as principais razões para este cenário são a recente valorização do euro em relação ao dólar americano, a queda do preço do petróleo e o aumento da oferta de produtos da China como resultado da política tarifária americana e que, neste contexto, "a decisão do BCE de cortar ainda mais as taxas de juros é a correta."

O BCE anunciou hoje a decisão de cortar as taxas diretoras em 25 pontos base, admitindo que as "perspetivas de crescimento [da zona euro] deterioraram-se devido às crescentes tensões comerciais".

Leia Também: Bolsa em Wall Street negoceia mista em dia de cortes nos juros pelo BCE

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