"No nosso país, a vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e da população em geral está hoje mais difícil. Crescem as dificuldades para garantir uma vida digna, com salários e pensões insuficientes para cobrir os custos com a habitação, alimentação e serviços essenciais, por sérias limitações no acesso à saúde, à educação, à habitação, entre outros bens", disse Tiago Oliveira perante milhares de pessoas concentradas nos jardins da fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.
Neste contexto, reforçou a exigência de "em cada empresa e local de trabalho" haver "aumento dos salários em 15% num mínimo de 150 euros".
Quando se assinala o Dia Internacional do Trabalhador, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN) alertou ainda para a precariedade e destacou que o poder de mudança está nas mãos dos trabalhadores e na sua capacidade de luta e mobilização.
"A precariedade é uma chaga social? É! Somos o segundo país da UE onde a taxa de precariedade é maior, são 1,2 milhões de trabalhadores nesta situação. E contra ela vamos lutar nas ruas, exigindo uma política diferente, mas também em cada empresa e local de trabalho, exigindo que a cada posto de trabalho permanente corresponda um vínculo de trabalho efetivo", apontou.
O fim de banco de horas e da "desregulação completa dos horários" é outro dos pontos do caderno reivindicativo da CGTP-IN.
Lamentando que a "normalização do trabalho aos sábados, domingos e feriados, o trabalho por turnos e noturno" seja hoje uma realidade, abrangendo 1.9 milhões de trabalhadores, Tiago Oliveira assegurou que vão manter o "combate firme" e exigir "uma política diferente, que responda aos interesses da maioria, mas também em cada empresa e local de trabalho na luta pelas 35 horas de trabalho para todos os trabalhadores, o fim de bancos de horas e outras formas de desregulação das nossas vidas".
No discurso do 1.º de Maio, Tiago Oliveira recordou ainda a desfile comemorativo do 25 de Abril, "onde por todo o país o povo e os trabalhadores saíram mais uma vez à rua demonstrando que Abril continua bem vivo e nos nossos corações".
Aproveitou para saudar os muitos milhares que hoje se juntaram à manifestação em mais 34 iniciativas que a CGTP-IN realiza por todo o país.
"Na passagem de mais um aniversário dos massacres de Chicago que estiveram na origem do 1º de Maio, há 139 anos, saudamos os milhões de trabalhadores que, por todo o mundo e em Portugal, saem à rua, exigem e conquistam mais direitos e lutam por melhores condições de vida e de trabalho", afirmou.
Durante o seu discurso, Tiago Oliveira aproveitou para lembrar que as eleições legislativas, no dia 18, podem ser um passo para a mudança e "uma alternativa que garanta e eleve os direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e de todos os que vivem e trabalham no nosso país".
"É urgente uma política que implemente soluções aos problemas, que afirme um novo modelo de desenvolvimento, soberano, que promova a produção nacional, o aumento geral e significativo de todos os salários e pensões, a garantia e melhoria dos direitos dos trabalhadores", defendeu.
Criticou ainda a continuação da política de direita "desenvolvida ao serviço dos grupos económicos e financeiros", defendendo que "a economia de enormes riquezas para poucos não se harmoniza internamente com os muitos pobres que não têm como viver".
[Notícia atualizada às 18h45]
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