"A deterioração das perspetivas externas e o abrandamento do consumo privado, para além do resultado muito franco do primeiro trimestre, reforçam a nossa expectativa de um crescimento abaixo de 2% em 2025", lê-se na nota de conjuntura do Fórum para a Competitividade.
No mês passado, o Fórum para a Competitividade tinha estimado uma revisão em baixa do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para valores inferiores a 2%.
De acordo com a mesma nota, a redução das taxas de juro deverá ter um impacto limitado sobre o investimento, que está afetado pelas "débeis expectativas" de aumento da procura e pela elevada incerteza.
Acrescem as dificuldades de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), aguardando-se a sua aceleração, "múltiplas vezes anunciada".
A deterioração das perspetivas internacionais deve-se às tarifas e à sua incerteza, que paralisa as decisões de investimento, de contratação e grandes compras.
"O que parece mais certo é que o BCE [Banco Central Europeu] continue a diminuir as suas taxas de juro, um dos poucos aspetos positivos da atual conjuntura, embora estejamos cada vez mais próximos do fim destes estímulos monetários", apontou.
Na quinta-feira, o BCE deve decidir um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro, num contexto ainda marcado pelas tensões comerciais e por previsões de um crescimento económico débil na zona euro.
O Fórum acredita ainda que o resultado das eleições "parece garantir alguma estabilidade política no curto prazo", sublinhando que as principais dúvidas estão relacionadas com a capacidade de o Governo conseguir aprovar as reformas de que a economia precisa.
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