"A medida que os Estados Unidos, o presidente tomou ontem, aumentando o imposto de importação de 25% para 50%, não foi só para o Brasil, foi para o mundo inteiro. Então, não é ruim para o Brasil, é ruim para todo mundo, vai encarecer os produtos", disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, citado pela Agência Brasil.
"É uma cadeia importante, então, eu lamento, mas qual o caminho? O caminho é incentivar ainda mais o diálogo", reforçou.
O Governo norte-americano duplicou na quarta-feira as tarifas sobre as importações de aço e alumínio de 25% para 50%, embora tenha isentado o Reino Unido deste aumento, em virtude do acordo comercial que alcançou com este país no mês passado.
Na mesma linha, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil, Ricardo Alban, considerou a nova medida um "retrocesso nas relações comerciais entre os dois países", embora tenha voltado a defender a continuidade do caminho do diálogo.
O Brasil, a maior economia da América Latina, foi um dos países afetados pelas tarifas de Trump, sendo um dos maiores exportadores de aço para os EUA, juntamente com o Canadá e o México.
Em 2024, 60% das exportações de aço do Brasil e quase 17% das suas exportações de alumínio destinavam-se ao mercado dos EUA, de acordo com dados das organizações patronais de ambos os setores.
Já no primeiro trimestre deste ano, os EUA compraram 75% das exportações brasileiras de aço, segundo cálculos da CNI.
Ao mesmo tempo, o governo brasileiro está na mesa de negociações com a administração norte-americana, na qual tem defendido o equilíbrio na balança comercial bilateral.
Além da tarifa de 50% sobre produtos siderúrgicos, os EUA mantêm em vigor um imposto de 25% sobre carros importados e certas peças automotivas, além de uma tarifa básica de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais, enquanto as negociações avançam com alguns deles, como no caso da China.
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