A cantora e atriz Marianne Faithfull, 78 anos, morreu hoje, em Londres, anunciou o seu porta-voz à comunicação social britânica.
"É com grande tristeza que anuncio a morte da cantora, compositora e atriz Marianne Faithfull", disse o seu porta-voz, citado pelos canais de televisão BBC e Sky News, acrescentando que a criadora de 'Falling From Grace' "morreu em paz na companhia da família".
Marianne Faithfull, que nasceu na capital britânica em 29 de dezembro de 1946, tornou-se conhecida internacionalmente com a canção 'As Tears Go By', composta por Andrew Loog Oldham, Mick Jagger e Keith Richards.
Faithfull é a criadora de canções como 'Broken English', 'Falling From Grace', 'This Little Bird', 'Summer Nights' e 'Sister Morphine'.
Estreou-se com um álbum em nome próprio, em 1964, que incluía temas como 'Downtown' e 'Plaisir D'amour', imediatamente seguido por 'Come my Way' (1965), 'North Country Maid' e 'Faithfull Forever...', ambos de 1966.
Em 1967, juntamente com outros artistas, foi convidada por The Beatles para fazer parte do coro de 'All You Need is Love', na primeira transmissão mundial de televisão via satélite. Nesse mesmo ano publica 'Loveinamist'. Encerraria a década de 1960 com 'The World Of Marianne Faithfull', em 1969.
Na década de 1970 a compositora viveu em Dublin e editou o álbum 'Dreaming my Dreams', seguindo-se 'Faithless' (1978) e 'Broken English', no final da década, que foi aplaudido pela crítica, ao qual se sucederam, nos anos de 1980, 'Dangerous Acquaintances' (1981), 'A Child's Adventure' (1983), 'Rich Kid Blues' (1985) e 'Strange Weather' (1987), outro dos álbuns mais celebrados da cantora.
Em 1990 publicou 'Blazing Away", e participou no álbum 'Relload' (1997), da banda Metallica, onde interpretou o tema 'The Memory Remains'.
"Faithfull" (1994), "A Secret Life" (1995), '20th Century Blues' (1996), 'A Perfect Stranger - The Island Anthology' (1998), 'Vagabond Ways' (1999) marcam a década de 1990, aquela em que arriscou e venceu a abordagem de 'Sete Pecados Mortais' (1997), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, com a Orquestra Sinfónica da Rádio de Viena, e o maestro Dennis Russell Davis.
'Kissin' Time' (2002), 'Before The Poison' (2004), 'Easy Come, Easy Go' (2008), 'Horses And High Heels' (2012), 'Give My Love To London' (2014), 'No Exit' (2016), 'Negative Capability' (2018) e 'She Walks In Beauty' (2021) sucederam-se nas duas últimas décadas.
Em 2022, foi publicada a caixa que reuniu os primeiros álbuns de Marianne Faithful, nas editoras Decca e Island: "Songs of Innocence and Experience 1965-1995", incluindo algumas versões inéditas, como 'Sunny Goodge Street', de Donovan, em 1966, 'North Country Maid', e uma nova versão ao vivo de 'Brain Drain'. A compilação sucedeu a 'The Montreux Years' (2021) que reuniu, pela primeira vez, alguns das mais celebradas atuações de Marianne Faithfull.
A cantora e compositora celebrou 60 anos de carreira no ano passado, desde a publicação do seu primeiro álbum.
Atuou em Portugal em 1993, no Coliseu do Recreios, em Lisboa, e em 2005, no âmbito do CoolJazz, na Cidadela de Cascais, no qual apresentou temas do álbum 'Before the Poison' (2004) no qual gravou originais compostos por PJ Harvey, Nick Cave e Damon Albarn.
Ao longo da carreira musical gravou cerca de 50 discos, entre álbuns e singles, o último de originais, 'She Walks in Beauty', com o compositor e multi-instrumentista Warren Ellis.
Marianne Evelyn Gabriel Faithfull, de seu nome completo, ostentava o título austríaco de baronesa Erisso Von Sacher-Masoch, que herdara de sua mãe, Eva Hermine von Sacher-Masoch, que foi bailarina em Berlim, na década de 1920.
Como atriz atuou em 2012 no Landestheatre, em Linz, na Áustria, retomando os 'Sete Pecados Mortais', de Bertold Brecht e Kurt Weill, numa encenação de Jochen Ulrich. A revista MOJO considerou esta produção mais "um ponto alto da carreira" de Marianne.
Como atriz, Faithfull tinha já participado mais de duas dezenas de filmes, tendo-se estreado em 'Made in U.S.A.' (1966), de Jean-Luc Godard.
Ao longo da carreira cinematográfica trabalhou com realizadores como Sam Garbaski, Glenio Bonder, assim como Julien Magnat, em 'Rostos na Multidão' (2011), Sofia Coppola, em 'Marie Antoinette' (2006), Patrice Chéveau, em 'Intimidade' (2001), e Jack Cardiff, em 'A rapariga da Motocicleta' (1968).
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